Entendimento negociado pelo senador Walter Pinheiro (PT-BA)
permitiu a aprovação pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ),
nesta quarta-feira (20), de projeto de lei da Câmara (PLC 28/2015)
que estabelece reajuste escalonado, em média de 59,49%, para os servidores do
Poder Judiciário. A proposta segue para votação em regime de urgência no
Plenário do Senado.
De acordo com o parecer favorável do relator,
senador José Maranhão (PMDB-PB), o aumento vai variar de 53% a 78,56%, em
função da classe e do padrão do servidor. Seu pagamento deverá ocorrer em seis
parcelas sucessivas, entre julho de 2015 e dezembro de 2017. E também dependerá
da existência de dotação orçamentária e autorização específica na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Como contrapartida ao aumento, os órgãos do Poder
Judiciário terão de se esforçar para racionalizar suas estruturas
administrativas e reduzir os gastos com funções de confiança no prazo de um
ano. É importante frisar também que este reajuste ainda depende de
suplementação orçamentária para começar a ser pago este ano.
“Quanto ao mérito, a majoração dos vencimentos dos
servidores do Poder Judiciário da União é tema de absoluta justiça. A
remuneração desses servidores encontra-se defasada em relação a carreiras
equivalentes dos Poderes Executivo e Legislativo, fato que tem ocasionado o
aumento da rotatividade de servidores, com significativo prejuízo à prestação
jurisdicional”, reconheceu Maranhão em seu parecer.
Acerto
Duas semanas atrás, a votação do PLC 28/2015 foi
adiada por pedido de vista do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral
(PT-MS). Apesar de considerar o pleito “legítimo”, Delcídio justificou a
medida, na ocasião, argumentando ser necessário fazer um ajuste orçamentário
prévio para não se aprovar “uma quimera”.
Nesta quarta-feira (20), disse ter prevalecido o bom
senso e o entendimento com as lideranças partidárias para se aprovar a proposta
na CCJ e transferir a discussão — de interesse de um número maior de senadores
— para o Plenário.
Antes mesmo do anúncio dessa decisão, Walter
Pinheiro fez um apelo a Delcídio para liberar a votação da matéria na CCJ. Sua
iniciativa foi elogiada pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que, ao lado
ainda dos senadores Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Rose de Freitas
(PMDB-ES) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), expressou total apoio à proposta de
recomposição salarial dos servidores do Judiciário, sem reajuste desde 2006.
Agência Senado
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