Carlos Roberto vive sob a marquise do Fórum na Prainha e faz cursos de
preparação profissional.
Autor: Maíra Mendonça | mmendonca@redegazeta.com.br
Quando os olhares atravessados e o preconceito não
são capazes de acabar com os sonhos de alguém, eles se tornam um motivo a mais
para seguir em frente. É justamente esta a lição dada pelo morador de Rua
Carlos Roberto Souza Pereira, que aos 42 anos de idade se esforça para
descobrir novos rumos para sua vida por meio da educação.
Carlos Roberto, filho único
e que um dia já morou em um lar, deixou de ter endereço fixo há cerca de 10
anos. A morte dos pais e a descoberta de que a casa em que morava não pertencia
à família, somadas às dificuldades de se fixar em um emprego como eletricista
(função na qual ele se especializou através de um curso técnico) o levaram para
as ruas, nas quais ainda permanece.
No entanto, há um ano, o gosto pelos livros que encontrava no lixo o motivou a dar início a uma nova etapa: com o dinheiro de uma pensão que recebe do governo em função de uma doença, ele decidiu fazer cursos de preparação profissional em uma instituição privada. Ao todo, são quatro formações: liderança, inglês, manutenção de computadores e digitação.
Determinação
Hoje, é sob a marquise do Fórum da Prainha de Vila Velha e pelas praças do bairro que Carlos Roberto vive com seus poucos pertences, junto à outros moradores de rua. Mas nem por isso ele deixa de sonhar com a possibilidade de um dia ter uma casa para chamar de sua. Por isso mesmo, os cursos, os quais frequenta cinco vezes por semana, tornam-se mais uma fonte de esperança.
Hoje, é sob a marquise do Fórum da Prainha de Vila Velha e pelas praças do bairro que Carlos Roberto vive com seus poucos pertences, junto à outros moradores de rua. Mas nem por isso ele deixa de sonhar com a possibilidade de um dia ter uma casa para chamar de sua. Por isso mesmo, os cursos, os quais frequenta cinco vezes por semana, tornam-se mais uma fonte de esperança.
Mas não é só trabalho o que Carlos Roberto deseja ao voltar para a escola. “Eu quero conquistar o respeito das pessoas não só para mim, mas também para meus amigos que estão nas ruas”, ressalta.
Conviver com o preconceito da sociedade diante dos moradores de rua, além das agressões físicas e verbais e do medo cotidiano, o fez pensar além.
“Acho que em quatro ou cinco anos estarei formado em todos os cursos. Penso em fazer uma faculdade, talvez na área social, mas não quero ficar atrás de uma mesa, quero ajudar outros moradores de rua, pois essas pessoas têm uma identidade”, pontua Carlos Alberto, que ainda conclui: “as pessoas gostam de ouvir histórias, mas elas têm que participar da história e fazer alguma coisa para mudar”.
Fonte: Gazeta Online
(O Blog tem o Apoio Cultural)
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