(imagem da internet, meramente ilustrativa) |
Representantes
de 37 cidades de São Paulo que participam do projeto Todos pelos Direitos:
Deficiência Intelectual, Cidadania e Combate à Violência, da Associação
dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), participaram hoje (26) de um
encontro na capital paulista para articular, fortalecer e sensibilizar pessoas
que atuam nas áreas da de assistência social, educação, saúde e justiça e
segurança pública para os temas da deficiência, violência e da violação de
direitos de crianças e adolescentes.
Segundo o psicólogo Marco Aurélio Teixeira de Queiroz, um
dos coordenadores do projeto, o programa começou em 2011 e pretende unir os
serviços para garantir os direitos das crianças e dos adolescentes com
deficiência intelectual. “Queremos que esses atores [da sociedade] tenham uma
formação e possam reconhecer os tipos de deficiência e como encaminhar os casos
nos quais identificam algum tipo de violação de direitos”.
De acordo com dados do Disque 100, de fevereiro de 2011 a
junho de 2013, foram registradas 1.209 denúncias, entre elas, 702 no estado de
São Paulo. Esse número refere-se apenas a adultos, já que denúncias envolvendo
crianças e adolescentes são encaminhadas ao Conselho Tutelar, como prevê o
Estatuto das Crianças e Adolescentes (ECA), de 1990. O tipo mais frequente de
violência foi a negligência (32%), seguido pela violência psicológica (29%), a
violência física (20%) e a financeira (12%).
Em 72% dos casos, o agressor pertence à família da vítima.
Os dados mostram que 14% das denúncias de violência aconteceram em atendimento
público, empresas e entidades privadas. Apenas 11% das agressões são praticadas
por desconhecidos, incluindo casos de bullying. Já 3% dos casos têm vizinhos
como agressor.
Ele explicou que a Apae levanta as principais necessidades
dos municípios interessados e organiza encontros com os setores envolvidos para
avaliar as demandas. “O critério de escolha é populacional avaliando o
coeficiente de crianças e adolescentes com deficiência e deficiência
intelectual no município. Selecionamos as cidades que contemplavam faixa
territorial maior em São Paulo”.
A proposta é de que cada cidade conheça profundamente o
fluxo de denúncias e queixas de violência e violação dos direitos contra a
pessoa com deficiência. “Propomos que a rede se articule para que o atendimento
seja mais rápido e funcional. Com isso se economiza dinheiro público e evita-se
o sofrimento da vítima”. Para Queiroz, o resultado mais importante do projeto é
a retirada da invisibilidade dessa situação para a sociedade.
Segundo a psicóloga do Centro Integrado de Educação e
Reabilitação (Cier), da Secretaria de Educação de Hortolândia, Cristina Maria
Jundurian Fernandes, o projeto é importante porque apesar de ter um serviço
implantado faltava a articulação de outros setores em rede. “O projeto veio a
calhar porque estamos unindo todos os serviços e trabalhando integralmente. Já
tínhamos um núcleo que trabalhava com violência, mas não estava incluída a
violência contra a pessoa com deficiência. Isso foi importante porque tínhamos
queixas de violação do direito, o que foi o mais importante para qualificar
nossos serviços”.
O presidente do Conselho Municipal de Direitos da Criança
e Adolescente, Dirceu Brás Pano, de Américo Brasiliense, contou que no
município os funcionários dos serviços públicos não sabiam como identificar os
portadores de deficiência intelectual. Acrescentou que o projeto sensibilizou
os servidores para que pudessem aprender como identificá-los. “E o trabalho em
rede colocado no projeto é espetacular porque identifica e encaminha a criança
ou o adolescente para a área certa. Facilita muito e ajudou a expandirmos o
projeto para crianças e adolescentes carentes e com problemas com drogas e
álcool”, explicou.
Criado em 26/03/15 16h23 e atualizado em 26/03/15 16h57
Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil Edição:Marcos Chagas Fonte:Agência Brasil
Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil Edição:Marcos Chagas Fonte:Agência Brasil
Editor Marcos Chagas
Fonte: EBC
Imagem da internet, meramente ilustrativa:
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