O Ministério da Saúde está estudando a possibilidade de estabelecer
diretriz sobre parto cesáreo, dispensando a presença de pediatra na sala de
parto quando não houver risco para o bebê e nem para a mãe. Entidades médicas
enviaram esta semana uma nota ao Ministério da Saúde repudiando a proposta, que
está em consulta pública.
“As entidades médicas entendem que a equipe tem que ter um pediatra,
normalmente um neonatologista, pra receber o bebê. Existem evidencias na
literatura de que esse profissional colocado no ambiente do parto melhora os
resultados”, explicou o diretor da Associação Médica Brasileira, José Bonamigo.
Bonamigo reconhece que não é fácil ter um pediatra em cada sala de
cirurgia, mas, para o especialista, as diretrizes do governo devem orientar os
serviços de parto a terem a melhor situação para gestantes e crianças. ”É justo
diminuir os custos dos procedimentos, mas não colocando em risco a saúde dos
pacientes”.
Segundo o Ministério da Saúde, o documento, que está em consulta pública
até o dia 25 de maio, reforça a importância da presença de um profissional
adequadamente treinado em reanimação neonatal, como pediatra, neonatologista,
enfermeiro obstetra, enfermeiro neonatal, entre outros, apenas em cesariana
feita sob anestesia geral ou se tiver evidência de sofrimento fetal.
Outro ponto de discordância entre médicos e Ministério da Saúde é a
recomendação de que o parto normal é recomendado na maioria das situações para
mulheres que já fizeram cesariana. De acordo com Bonamigo, a maior parte das
evidências cientificas apontam que a mulher que já fez uma cesariana corre
risco de ter rompimento uterino se fizer um parto normal. “Se acontece uma
ruptura uterina, a paciente corre sérios riscos. Um caso tratável eletivamente
com uma cesárea pode acabar se transformando em uma emergência”, avalia.
A Associação Médica Brasileira, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia enviaram
ofício para o Ministério da Saúde, repudiando a proposta que está em consulta
pública. Segundo as entidades, apesar de terem sido ouvidas, elas não
concordaram com o texto final do documento. A proposta de diretriz foi aberta
para consulta pública no dia 24 de abril. O prazo para recebimento de sugestões
foi prorrogado para dia 25 de maio.
SAIBA MAIS:
Criado em 14/05/15
16h42 e atualizado em 14/05/15 17h22
Por Aline Leal Edição:Fábio Massalli
Fonte: Agência
Brasil
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