Assessora do Instituto Sou da Paz defende reformulação do
Estatuto da Criança e do Adolescente e a adoção de medidas socioeducativas.
(imagem da internet*) |
À medida que avança o debate em torno da redução da maioridade
penal no Brasil, mais organizações da sociedade civil se posicionam contra a
aprovação da PEC 171. O Instituto Sou da Paz, uma organização não governamental
em atividade há 15 anos no Brasil, recentemente intensificou sua campanha
contra a proposta.
“Punição não está resolvendo. Já fizemos isso outra vez, com a
Lei dos crimes hediondos, que não reduziu o número de homicídios no país”,
afirma Beatriz Miranda, assessora sênior do Instituto. Para Miranda, a
experiência em outros países mostra que o endurecimento das leis para
adolescentes e jovens infratores não diminuiu o envolvimento dessa parcela da
sociedade na criminalidade.
Além disso, argumenta a assessora, a redução da maioridade
poderá ter um impacto social perigoso para a parcela da juventude não
infratora, que pode perder a sua proteção. “Para toda ação, há sempre uma
reação. E não será diferente neste caso.”
Segundo Miranda, “nossas cadeias não ressocializam, elas
violentam e provocam mais violência. Para quem acredita que a cadeia é um
instrumento de coibição de crime, basta prestar atenção nos índices, que
desmentem essa hipótese”, opina.
Ela afirma que é pelas medidas socioeducativas que os
adolescentes podem ser recuperados. “Por mais perverso que pareça, muitas vezes
é somente pelas medidas socioeducativas que os adolescentes conseguem estudar,
receber atendimento de saúde e ter acesso a cursos de educação profissional
básica, cultura e esporte”.
A assessora do Instituto Sou da Paz também defende uma
reformulação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) “O que nos parece
mais estratégico é que o ECA e o sistema socioeducativo sejam efetivamente
aperfeiçoados, garantindo responsabilização e ressocialização aos adolescentes
em conflito com a lei”, conclui.
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Fonte:
Portal Brasil
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