Bruno Alfano
Quatro
bancos de praça e uma mesa pequena formam todo mobiliário onde um grupo de mães
de alunos da Escola Especial Municipal Marly Fróes Peixoto passa os dias
esperando pelos filhos.
Todos os 52 estudantes dali possuem complicações em
decorrência de doenças como autismo ou paralisia cerebral, e como a unidade não
dispõe de assistentes, as mães ficam de prontidão para situações corriqueiras,
como a troca de fralda, ou eventuais emergências.
O prédio alugado da AABB no
Jardim Botânico, no entanto, não tem uma sala para receber as mulheres, que
também não têm direito a usar o banheiro do local nem acesso à merenda.
— Banheiro
a gente usa da AABB, mas eles fazem cara feia. Como lá dentro da escola é muito
pequeno, se a gente ficar entrando muito, atrapalha as aulas — conta Anna
França, uma das representantes das mães da escola.
As mães do
turno da manhã ficam de 7h às 12h. Para matar a fome, cada uma leva alguma
coisa e organizam um lanche conjunto todo dia. No turno da tarde, que vai de
12h às 17h, cada dia uma traz o almoço.
De acordo
com Anna, os problemas do prédio também são internos. Ela conta que o local é
pequeno e cerca de 90% dos estudantes são cadeirantes. No refeitório, por
exemplo, os estudantes precisam se revezar para comer. Além disso, só há um
banheiro para os alunos, homens e mulheres, e estava em obra até ontem.
Enquanto isso, todos usavam o de funcionários.
— A parte
pedagógica da escola é excelente. A gente não tem nada do que reclamar, mas a
estrutura física do colégio atrapalha até o desenvolvimento dos nossos filhos.
A professora de Educação Física, por exemplo, tem um trabalho ótimo de dança,
mas não dá para ser realizado aqui — aponta Anna.
A
Secretaria municipal de Educação informou que a 2ª Coordenadoria Regional de
Educação vem se reunindo com os responsáveis a fim de esclarecer a situação no
local e buscar a melhor solução.
Fonte: extra.globo.com
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