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| (imagem da internet*) |
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/93, reduzindo a maioridade
penal, em tramitação no Congresso Nacional, motivou protestos em vários estados
na noite desta terça-feira (28), como parte da campanha “Amanhecer contra a
redução da maioridade penal". O evento foi organizado por meio das redes
sociais e listava mais de 300 atos inscritos, em sua página oficial na
internet.
No
Rio, ativistas e estudantes ocuparam praças da cidade, que foram decoradas com
cartazes e faixas contra o projeto, principalmente pipas coloridas, o principal
símbolo da campanha. No centro da cidade, estudantes de direito se reuniram no
Largo do Caco, em frente à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), local que já foi palco de verdadeiras batalhas entre
universitários e policiais militares, durante os anos da ditadura.
“O
Brasil tem uma das maiores populações carcerárias do mundo, que é
majoritariamente negra, pobre e marginalizada. O punitivismo é a via errada.
Para mudar essa realidade, temos que investir em medidas socioeducativas e não
em criminalizar ainda mais essa juventude”, disse o estudante Humberto de
Matos, que cursa o oitavo período de direito.
A
questão racial que, segundo os ativistas, estaria embutida na PEC também foi
destacada pelo estudante Rafael Acioli de Lima, do sétimo período. “Esta lei só
vai prender os negros, que são a principal face das cadeias, o que demonstra o
quanto o racismo ainda existe no país. O Brasil só vai melhorar através da
educação e não encarcerando. Se diminuir a maioridade penal, vai aumentar mais
ainda a quantidade de negros encarcerados”, ressaltou.
Em
outro ponto da cidade, em frente à Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ), no bairro de Vila Isabel, estudantes também protestavam contra o
projeto de lei. “Como movimento social, acreditamos que é importante se
posicionar em um momento como este, de um Congresso tão conservador e que está
se colocando com pautas reacionárias como a da redução da maioridade. Isto é um
dano para a nossa juventude, que não precisa de mais cadeia, mas de mais
escola”, disse a estudante de ciências sociais Natália Silva Trindade.
Próximo
dali, na Praça Barão de Drummond, em frente ao Morro dos Macacos, também em
Vila Isabel, outro grupo também protestava. “Tem uma preocupação real das
pessoas com o problema da violência na sociedade, mas tende-se a simplificar
esse debate dizendo que a solução é a prisão. Porém, os dados e pesquisas
demonstram que um número mínimo de infrações e homicídios é cometido por jovens
abaixo dos 18 anos. Então, efetivamente, essa não é a solução. É uma resposta
rápida que não resolve o problema”, afirmou Nathalie Drumond, professora da
Rede Emancipa, de cursinhos populares.
David
Miranda, ativista do movimento Juntos, alertou para um problema ainda maior, se
a PEC for aprovada. “O Congresso está tentando passar esta lei porque é bem
mais fácil colocar os nossos jovens dentro da cadeia, porque eles livram o
Estado do problema que é real, de não ter educação e cultura nas
favelas. O Estado quer lavar as mãos. O nosso sistema carcerário já está
completamente precário. Temos meio milhão de pessoas adultas em prisões
com superlotação. Se essa lei passar, nossos jovens vão perder o futuro, pois
vão parar na cadeia, verdadeiras universidades do crime”. disse.
SAIBA MAIS:
Criado em 28/04/15 23h20 e
atualizado em 29/04/15
08h48
Por Vladimir Platonow Edição:Aécio Amado
Por Vladimir Platonow Edição:Aécio Amado
Fonte: Agência
Brasil
* imagem da internet, meramente de caráter ilustrativo

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