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segunda-feira, 30 de março de 2015

Ambulâncias rodam irregulares

(imagem da internet*)
Se não bastasse a redução no número de ambulâncias do tipo UTI hoje atendendo ao Emergência em Casa — de seis, no fim de 2014, para três agora —, a equipe de reportagem da Folha flagrou veículos utilizados atualmente no programa com o licenciamento obrigatório anual atrasado desde de 2013, inclusive o da base de Baixa Grande, que fez o socorro da idosa Arlete Pereira Ramos, 66 anos, no domingo passado. Fabricadas em 2012 e modelo 2013, as ambulâncias emplacadas em Três Rios-RJ já deveriam ter, no mínimo, a regularização de 2014. Além das UTIs, segundo a assessoria da Fundação Municipal de Saúde, outras três ambulâncias de suporte básico atuam no programa.





Rodrigo Gonçalves
Fotos: Genilson Pessanha
Valmir Oliveira e
Michelle Richa 

Ao consultar as placas no site do Detran e constatar a falta do licenciamento do ano passado, a reportagem também descobriu que a maior parte dos veículos utilizados pela Prefeitura no programa pertence à Prime Administração e Serviços Ltda, empresa contratada pelo município para fornecer todas as ambulâncias hoje utilizadas na rede de saúde. A empresa recebeu da Prefeitura, no último dia 5, R$ 13,6 milhões pela renovação do contrato por mais um ano, constando a locação dos veículos, incluindo motoristas, mas sem combustíveis.

Entre as ambulâncias encontradas em frente à central de regulação do programa, em Guarus, uma delas está no nome de uma pessoa e não da empresa (reprodução acima), mesmo tendo identificação semelhante a todas as outras da Prime. Ao ter acesso a dados disponibilizados publicamente no site do Detran, outras incompatibilidades chamaram a atenção da equipe da Folha, principalmente o fato de as ambulâncias utilizadas no nome da Prime constarem como sendo veículos de carga. Já o documento da ambulância no nome da pessoa física tipifica o veículo como sendo da categoria especial, assim como consta nos registros das ambulâncias padronizadas que antes atendiam ao programa e foram encontradas abandonadas atrás do Hospital Geral de Guarus (HGG), em maio do ano passado. Apenas uma ambulância da Prime fotografada (placa KWW 5352) tinha o licenciamento de 2014, mas nem assim a categoria carga foi alterada.

De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CBT), o veículo que estiver com os documentos atrasados deverá ser apreendido em caso de abordagem policial. O condutor perde 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e é multado em R$ 191,54.

Fantasma — Não é de hoje que a Prefeitura de Campos enfrenta problemas com as ambulâncias. O maior deles surgiu em 2013, quando atuava no município a GAP Comércios e Serviços, que ficou conhecida nacionalmente por ter como proprietário um “fantasma”. O Ministério Público Estadual apontou na época a relação da empresa com a Prefeitura de Campos e a família Garotinho. O contrato foi suspenso após o vazamento da denúncia, mas a Prefeitura seguiu utilizando os veículos acautelados.

O processo licitatório para escolher a empresa substituta foi realizado em junho de 2013. A empresa vencedora foi a Concor, que acabou sendo desabilitada. A segunda colocada, a Nova Master, chegou atuar, mas foi afastada porque não teria cumprido as obrigações previstas no contrato. Em junho de 2014, a Prime foi contratada pelo Poder Público sem licitação, no valor de R$ 8.041.500. No entanto, depois, a mesma empresa participou de licitação e venceu o contrato vigente. Sobre as irregularidades, a equipe de reportagem não conseguiu contato com a Prime.

Fonte: Folha Online

*imagem da internet, meramente ilustrativa

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