Segundo especialista, alguns animais superam a ausência do dono, outros
não e podem definhar numa depressão profunda.
MARIA
INEZ MAGALHÃES
Niterói - A triste e revoltante história do
assassinato de Eduardo de Jesus Ferreira, 10, no início do mês, no Complexo do
Alemão, ganhou outra vítima. Dessa vez foi Pipoca, a cachorra do menino que,
segundo uma vizinha da criança, chora e está muito triste desde que tudo
aconteceu. Aliás, estamos todos com o mesmo sentimento!
Além da saudade de Eduardo, ela também sentia falta
da família, que foi para o Piauí logo depois do crime. De volta ao Rio para
acompanhar as investigações, os pais do menino disseram que levarão Pipoca e
também os gatos deles, Cast e Ed, quando voltarem ao Nordeste.
Os três ficaram
com uma vizinha. Mas, mesmo voltando para o convívio dos donos, Pipoca não terá
mais Eduardo por perto. Era com ele que ela brincava o tempo todo. Foi do
menino também que a cachorra ganhou o nome de Pipoca, por ser toda branquinha.
E o que
fazer para amenizar a dor de um animal que perde seu dono para a morte? O que
realmente sente? Será que consegue entender que não foi abandonado? Essas
questões me vieram à cabeça quando li sobre a tristeza do bichinho. O
veterinário Yuri Domeniconi, CEO do BEAnimal e parceiro do petshop online Pet
Love, tirou minhas dúvidas.
Ele explica
que é muito relativo dizer o que os animais sentem diante da morte porque isso
varia entre as espécies e seus indivíduos. Yuri diz que o animal sabe que está
sozinho por alguma razão, mas não porque o dono morreu. Para o especialista,
talvez ele possa ter alguma ideia do que aconteceu se visse o corpo.
Mas há
bichos que entendem o que é a morte. Yuri conta que é o caso dos filhotes de
elefantes que veem seus pais serem mortos na caça à espécie na África. O trauma
é tão grande que apresentam os distúrbios dos veteranos de guerra. Críticos de
cinema dizem até que uma das cenas mais tristes das telonas é a que Bambi, de
Walt Disney, vê a mãe ser morta pelo caçador.
Segundo Yuri, alguns animais superam a ausência do
dono, outros não e podem até definhar numa depressão profunda. Isso acontece
com os propensos à ansiedade e depressão. Mas, essa situação pode ser revertida
se levado à um especialista em comportamento animal. Em alguns casos pode ser
necessário até o uso de remédios.
Porém, diz o veterinário, antes disso, inseri-lo em
uma nova rotina é a primeira coisa a fazer. E, se ele vive com outros bichos,
como Pipoca, Cast e Ed, o ideal é mantê-los juntos. Se não, deve-se preencher
ao máximo o tempo do bicho, isso vai funcionar como uma terapia ocupacional.
Yuri relata que até existem especulações sobre sexto sentido e outras
comunicações energéticas entre humanos e animais, o que explicaria ele entender
que o dono morreu, mas que isso a ciência ainda não comprovou.
Fonte: O Dia
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