Hospital tem 60 doadoras, mas
precisa de mais para aumentar atuação.
O DIA
Niterói - Está comprovado: leite materno faz o bebê
ficar mais inteligente. Foi o que mostrou um estudo inédito realizado por
pesquisadores da Universidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. De acordo com o
resultado, a amamentação aumenta o QI na vida adulta e forma pessoas mais bem
sucedidas.
Por essas e outras, o Banco de Leite do Hospital
Universitário Antônio Pedro está em busca de novas doadoras. Por conta do baixo
estoque, atualmente o material recolhido por lá só alimenta as crianças
internadas na UTI do próprio Antônio Pedro, mas o objetivo é atender a todos os
hospitais do Leste Fluminense.
Além disso,
as mamães que encontram dificuldades em amamentar podem encontrar ali a solução
de seus problemas. A ginecologista e obstetra responsável pelo Banco, Valéria
Pereira de Moraes, ressalta a importância deste apoio à mulher.
“Amamentar
é muito importante e o Banco de Leite tem um papel fundamental no período
pós-alta, que é quando a mãe chega em casa e se depara com as dificuldades.
Muitas mulheres só não desistem de amamentar por conta da ajuda do Banco, é um
trabalho muito bacana”, diz.
Os
atendimentos acontecem diariamente, de 8h às 17h. A enfermeira e coordenadora
do Banco, Bertilla Raker, é uma das ‘fadas’ da amamentação. “O melhor é que a
criança, ao nascer, vá imediadamente para o peito da mãe”, diz, explicando que
isso evita problemas comuns como a dificuldade do bebê sugar o leite, ou a
falta de produção.
Foi
Bertilla quem ajudou a administradora Cristiane Pitzer a voltar a produzir
leite quando, em 2009, descobriu uma alergia grave em sua primogênita Luísa.
“Ela não podia tomar nada a base de leite. No Banco eu consegui relactar, mas a
Luísa não aceitou mais mamar. Minha filha ficou três semanas na UTI e eu tinha que
ordenhar o leite pra ela”, relembra ela que agora também tem o Miguel, 4, e o
pequeno Bernardo, de 5 meses.
Entendendo
a importância do projeto, Cristiane hoje é uma das 60 doadoras. “Sinto muita
satisfação ao doar meu leite para bebês que não podem mamar de suas próprias
mães. Por experiência própria, eu sei como é importante”, destacou.
O Banco
também atende mulheres que precisam trabalhar, mas fazem questão que os filhos
tomem o leite materno. A estudante de enfermagem Aline Rangel coleta todos os
dias para o filho de 9 meses. “É ótimo pra mim e pro Miguel. Ele já come quase
tudo, mas leite ainda toma o meu. Se não fosse o Banco eu desperdiçaria”,
ressaltou.
É fácil
A doação funciona assim: depois de cadastradas, as
doadoras retiram o leite em casa e podem armazenar o líquido na geladeira por
12 horas ou no freezer por até 15 dias. Um carro do Banco busca o potinho na
casa de cada uma delas e leva para a base, onde o líquido passa pelo processo
de pasteurização. Aí sim ele é destinado para as crianças da UTI.
“O leite humano é bom para dentição, para a fala,
diminui infecções e aumenta a sobrevida da criança”, destaca a enfermeira
Bertilla Riker.
As mamães que trabalham no Huap já abraçaram a
causa, como a técnica de enfermagem Raquel Dias. “Meu filho só se alimenta do
meu peito e ainda sobra, então eu dôo. É rápido e indolor”, garantiu.
Para doar, mãe e filho devem estar saudáveis. O
endereço é Avenida Marquês do Paraná, 303, térreo, Centro. Eles também aceitam
doações de frascos de vidro para o armazenamento do leite.
Fonte: O
Dia
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