De 2003 a 2015, o aumento real foi de 76%, alterou
o perfil de consumo e foi o principal fator para redução da pobreza no País,
segundo a ONU.
O Brasil adotou, a partir de 2003, uma forte política de
valorização do salário mínimo. Na época, houve críticas de que os impactos
seriam negativos para as contas públicas. Mas, após 12 anos, os resultados
positivos são evidentes e efetivos. O valor atual de R$ 788, por exemplo, é o
maior em termos reais desde 1983 e tem o melhor poder de compra desde o início
do Plano Real.
A melhoria na capacidade de consumo foi constatada pelo
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O mínimo de hoje compra o equivalente a 2,22 cestas básicas por mês, mais que o
dobro do ano de 1995 (1,02). O crescimento se explica pelo aumento real (acima
da inflação) de 76% do valor do mínimo desde 2003 – quando o valor era de R$
200.
Itens
relacionados
A influência do mínimo é grande na economia brasileira. Segundo o
Dieese, um total de 46,7 milhões de brasileiros e brasileiras tem atualmente
rendimentos que são corrigidos com base no salário mínimo. Neste ano, por
exemplo, o reajuste para R$ 788 vai colocar R$ 38,4 bilhões na economia. O
efeito é maior na região Nordeste, onde 54,4% dos trabalhadores ganham um
salário mínimo.
Com mais dinheiro no bolso, mais pessoas saíram da situação de pobreza,
criando a chamada “nova classe média” ou “classe C”. As Nações Unidas (ONU)
divulgou um estudo nesta semana e afirmou que, entre os anos de 2000 e 2008,
dois terços (66%) da queda da desigualdade no Brasil se deveram à política
agressiva de aumento do salário mínimo. Esse movimento foi detectado também
pelo Banco Mundial.
“De 1990 a 2009, cerca de 60% dos brasileiros passaram a um nível
de renda maior. Ao todo, 25 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema ou
moderada. Isso representa uma em cada duas pessoas que saíram da pobreza na
América Latina e no Caribe durante o período”, diz um estudo do Banco Mundial,
divulgado em meados de abril deste ano.
Em vídeo Dilma Rousseff diz que crescimento real do salário mínimo deve ser garantido até 2019.
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