Apenas 50,2% da população têm o hábito de colocar o cinto no banco
traseiro, embora a utilização deste item de segurança reduza mais o risco de
morte no trânsito. Também chama a atenção o baixo índice do uso de capacete na
zona rural, 59%
Muitos brasileiros ainda não têm o hábito de usar o
cinto de segurança no banco de trás. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada
em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
aponta que apenas 50,2% da população afirmam sempre usar o cinto quando estão
no banco traseiro de carro, van ou táxi. Os entrevistados mostram mais
consciência quando está no banco da frente, em que 79,4% das pessoas com 18
anos ou mais dizem sempre usar o item de segurança. Contudo, o cinto na parte
traseira do veículo reduz mais o risco de morte, pois, em uma colisão, impede
que o corpo dos passageiros seja projetado para frente, atingindo o motorista e
o carona.
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apresentação
O uso do cinto de segurança no banco de trás é
ainda menor na zona rural, onde 44,8% disseram ter o hábito de colocar o cinto.
Entre as regiões, Norte e Nordeste registram os índices mais preocupantes,
36,7% e 39,5%, respectivamente, enquanto os moradores da região Sul
demonstraram ter mais consciência da importância deste item de segurança. Lá,
65,1% das pessoas com 18 anos ou mais disseram sempre usar cinto no banco de
trás. O cenário nas regiões se repete quando o assunto é utilizar o cinto no
banco da frente: Norte e Nordeste apresentaram os menores índices (67,2% e 66%)
e Sudeste e Sul os maiores (86,5% e 86,2%).
“Estudos mostram que o cinto de segurança no banco
da frente reduz em 45% o risco de morte, e no banco de trás, em 75%. Isso
demonstra que estamos falando de um importante instrumento para as ações de
fiscalização de saúde. Temos que investir em ações educativas para mudar esse
quadro”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Os dados citados pelo
ministro são do Estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
(Abramet). Em 2013, um levantamento da Rede Sarah apontou que 80% dos
passageiros do banco da frente deixariam de morrer se os cintos do banco de
trás fossem usados com regularidade.
O segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS) foi feito em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o país entre
agosto de 2013 e fevereiro de 2014. O estudo é considerado o mais completo
inquérito de saúde do Brasil e traz dados inéditos sobre vários aspectos, entre
eles, acidente no trânsito, acesso aos serviços de saúde (atendimento e
medicamentos) e violência. A pesquisa serve de base para que o Ministério da
Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos.
Durante o levantamento, foram coletadas informações
sobre toda a família a partir de entrevistas com cerca de 205 mil indivíduos em
domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os moradores da residência para
responder ao questionário. Uma terceira fase da pesquisa trará informações
resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da pressão arterial dos
brasileiros.
USO DE CAPACETES – Também preocupa o percentual de pessoas que vivem na área rural
que deixam de usar o capacete quando estão como passageiros em motocicletas. Do
total de entrevistados, 80,1% afirmaram usar capacete mesmo quando não estão
dirigindo, mas esse índice cai para 59% se consideramos somente os moradores da
área rural.
A pesquisa revelou ainda que 4,4 milhões (3,1%) de
brasileiros sofreram acidente de trânsito com lesões corporais nos últimos 12
meses anteriores à pesquisa. O número é maior entre os homens 4,5% e 1,8%
mulheres. Do total de pessoas que sofreram acidentes, 47,2% deixaram de
realizar atividades habituais, 7,7% tiveram que ser internadas 15,2% tiveram
sequelas ou incapacidades.
No Brasil, 42,2 mil pessoas morreram por conta de
acidentes de trânsito em 2013, sendo 12.040 envolvendo motocicletas. Foram
registrados no ano passado, mais de 127 mil internações por conta desses
acidentes, o que representa um gasto de R$ 183,1 milhões para o SUS. Os
acidentes por moto responderam por 83,4 mil internações.
O Ministério da Saúde está propondo uma série de
ações intersetoriais para a promoção de uma política específica de prevenção
aos acidentes de trânsito, principalmente moto. Entre as propostas que estão em
estudo, destaca-se o uso de equipamentos, a melhor capacitação para habilitação
e ações na área de fiscalização. Essa discussão será levada para o 2º Road
Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que será
realizado no Brasil em novembro com o objetivo de repactuar metas e traçar
novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da
população e salvar milhões de vidas.
VIOLÊNCIA – Ao
abordar a questão da violência, 3,1% da população afirmaram terem sofrido
alguma violência ou agressão de pessoa desconhecida nos últimos 12 meses
anteriores. Homens sofrem mais agressão por pessoas desconhecidas (3,7%) e as
mulheres são as maiores vítimas de agressão por pessoas conhecidas (3,1%).
Do total de pessoas que sofreram violência, 20,9%
tiveram alguma lesão corporal devido à violência ou agressão por pessoas
desconhecidas, sendo mais da metade homens (28,6%) e 11,4%, mulheres. Um grupo
um pouco menor (17,9%) diz ter recebido algum tipo de assistência de saúde. As
mulheres foram as que mais buscaram assistência, 20,8%, enquanto esse índice
entre os homens foi de 12,3%.
Uma ação importante voltada à violência contra a
mulher foi anunciada este ano pelo governo federal. Portaria assinada pelo
Ministério da Saúde, da Justiça e pela Secretaria de Políticas para as Mulheres
estabelece novas diretrizes para a integração do atendimento às vítimas de
violência sexual pelos profissionais de segurança públicas e de saúde do SUS.
O objetivo é implementar em âmbito nacional o
registro de informações e a coleta de vestígios durante o atendimento às
vítimas nos em hospitais, tornando a assistência mais humanizada e reduzindo a
exposição da pessoa que sofreu violência. O registro de informações e coleta de
vestígios no momento do atendimento em saúde também contribui para o combate à
impunidade, com a realização de exames nas primeiras horas após a violência.
Por Patrícia de Paula, da Agência
Saúde / Atendimento à imprensa / (61) 3315-3174 / 2351 /
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