PM do 8º BPM dá lição de vida levando alegria a pacientes do Hospital do
Câncer de Muriaé.
Mirella ainda era uma professora da educação infantil, quando
por conta de uma formatura de alunos da pré-escola, conseguiu emprestada uma
roupa de palhaço para animar a festa das crianças.
(Arquivo Pessoal)
Soldado Mirella é ex-professora se sentiu motivada ao trabalho voluntário depois de passar para a PMERJ.
Todo herói
tem uma identidade secreta. É assim com o Bruce Wayne, com o Clark Kent e
tantos outros. Com a soldado Mirella, policial militar lotada no 8º Batalhão de
Polícia Militar, a identidade de herói bem que poderia ser a farda, mas é
vestida de palhaço que a bonjesuense consegue o ato heroico de devolver o
sorriso de quem já perdeu ou corre o risco de perder a alegria de viver.
Mirella
ainda era uma professora da educação infantil, quando por conta de uma
formatura de alunos da pré-escola, conseguiu emprestada uma roupa de palhaço
para animar a festa das crianças. O anonimato não foi garantido por que alunos
reconhecem, até pelos olhos, um professor quando é querido. No mesmo ano a
professora fez outra apresentação, mas antes passou na casa da avó de um aluno
e ganhou a roupa definitiva da Palhacinha Mirella.
No ano seguinte veio a convocação para a Polícia
militar, o que gerou pesar em alunos e pais que chegaram a fazer uma
mobilização para que a professora pensasse melhor no que iria fazer. Mirella
tinha que tomar uma decisão difícil e optou pela carreira militar. Durante um
tempo a roupa da Palhacinha Mirella ficou olhando para ela como se cobrasse o
outro lado da policial militar e foi dessa cobrança que em outubro deste ano
surgiu a ideia de visitar crianças em tratamento de câncer.
Sem pensar duas vezes Sd. Mirella pôs a roupa da
Palhacinha na bolsa e foi assumir seu plantão no 8º BPM. Ao sair iniciou uma
saga que quer repetir muitas vezes. Pegou um ônibus para Itaperuna e como de lá
para Muriaé só sai às 12h, horário que já tinha perdido, pegou outro e desceu
no trevo de Raposo, onde em um posto policial, se apresentou como PM e contou
sua história e com a ajuda do sargento de plantão para ajudar a conseguir uma
carona para Muriaé. Como quem faz o bem o recebe de volta, para a surpresa da
soldado, o casal que deu a carona tinha o mesmo destino dela, o Hospital do
Câncer de Muriaé.
“Eu pintei o rosto das crianças e me senti um
verdadeiro ser humano. Voltei para casa com a certeza de que aquela seria só a
primeira vez que eu estava fazendo aquilo”, disse Mirella que tinha em mente
somente a visitação às crianças, mas já dentro do hospital foi conquistada
também pela ala de adultos.
Acostumada
a lidar com crianças Mirella sabe que a conquista do palhaço no universo
infantil é simples e direta, diferentemente dos adultos, mas quando se fala em
doação de carinho e amor, não há obstáculo que resista. É sob as roupas da
Palhacinha que Mirella, que a Policial Militar, doa e recebe o carinho que não
pode receber de seu avô paterno.
“Teve um
senhor que eu fiquei aproximadamente uma hora conversando no quarto dele. Eu
contei que não conheci meus avós paternos, contei algumas coisas da história da
minha família. Perguntei se ele não queria ser o avô que eu não conheci e ele
disse que sim. No outro dia que voltei, não esperava mais encontra-lo lá, mas
quando passei pela porta ele me chamou: ‘Olha minha neta’”, relembrou Mirella
que explicou que a estada dos pacientes é de acordo com o tratamento de
quimioterapia e por isso nem sempre são os mesmos.
E não são
somente os pacientes que são tomados pela alegria. Quando a Palhacinha Mirella
entra no hospital, parentes, funcionários e aqueles que escolhem participar de
um dia diferente com ela, também são tomados pela felicidade gerada pela troca
de carinho e amor.
Mãe de uma
menina de 8 anos, diagnosticada há três meses com leucemia, Maria Aparecida
Dutra, de 38 anos, moradora do município de Reduto, em Minas Gerais, contou que
desde que a filha começou a receber as visitas da Palhacinha tudo ficou
diferente.
“Ela ficou
mais animada e até voltou a sorrir. Antes ela estava triste e tinha parado de brincar,
agora não. A palhacinha vem com outras pessoas e animam, abraçam e beijam, dão
carinho e eles ficam mais felizes”, contou a mãe que disse ainda que a filha já
está na reta final do tratamento.
Perguntada
como alguém que se interessasse por sua iniciativa poderia ajudar, a policial
militar respondeu:
“Eu acho
que se cada um doasse pouco do seu tempo para quem precisa, iria ver o
quanto é gratificante, não para quem recebe, mas para quem faz”, finalizou a
Palhacinha Mirella.
(Reportagem:
Daniela Abreu/Fonte: URURAU)
(Abaixo, FOTOS EXCLUSIVAS envidadas pela amiga Mirella ao Blog do Luciano Egidio)
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