Sem
dinheiro, as prefeituras de Castilho e Penápolis alegam que o bem-estar dos
bichos das cidades pesou na decisão.
As
cidades de Castilho e Penápolis, no noroeste de São Paulo, não farão a
tradicional queima de fogos de artifício no réveillon. O cancelamento visa
evitar o sofrimento de cachorros e gatos, mas a crise econômica também pesou na
decisão dos prefeitos tucanos das duas cidades.
"As duas coisas pesaram, mas a parte econômica pesou
muito mais. Cães e gatos sofrem muito e têm a audição afetada. Eles se assustam
com o barulho (dos fogos) e ficam loucos, procurando um lugar para se
esconder", diz Marco Apolinário, assessor de Imprensa da prefeitura de
Castilho, acrescentando que a cidade, de 20 mil habitantes, tem mais de seis
mil cachorros e quase 2,8 mil gatos.
Com o
cancelamento, Castilho vai economizar em torno de R$ 12 mil. "Vamos
aplicar esse dinheiro em outras áreas, como a saúde", afirmou o assessor.
Antes de tomar a
medida, a Prefeitura ouviu a população e a Associação Protetora dos Animais de
Castilho (Apaca). "A Apaca lembrou que a queima de fogos causa grande
prejuízo aos animais, como danos na audição. Também levamos em consideração o
apoio de 80% da população", concluiu o assessor. A operadora de caixa Iara
Dias da Silva, de 24 anos, é a favor do cancelamento. "Tenho uma gata que
peguei na rua, ela se assusta com o barulho dos fogos e se esconde. Percebo que
a minha gatinha sofre muito", explicou.
Também para evitar
que os cachorros e os gatos fiquem estressados, a cidade de Penápolis resolveu
seguir o exemplo de Castilho e não vai soltar fogos na passagem do ano. Em
nota, a prefeitura justificou que o cancelamento é em "respeito aos
animais" e que "o barulho dos fogos de artifício causa grande dor aos
animais e prejudica sua audição". A queda na arrecadação também pesou na
decisão. A ordem é priorizar outras áreas, como a saúde. A nota também lembra
que "pedidos da comunidade e entidades" foram decisivos para não
soltar fogos no réveillon.
(Correio Braziliense)
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