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sábado, 5 de dezembro de 2015

Estudo descobriu que fumaça do incenso é mais tóxica que a do cigarro, podendo causar mutação celular.


Um novo estudo descobriu que a fumaça do incenso pode ser mais mutagênica, genotóxica e citotóxica que a fumaça do cigarro. 


Isso significa que ela é capaz de provocar mutações genéticas e causar alterações no DNA das células, levando ao câncer.

Nick Hopkinson, assessor médico da Fundação Britânica do Pulmão, disse que muitas formas de fumaça, incluindo a de incenso, podem ser tóxicas. Dadas as conclusões do estudo, recomenda-se que pessoas com doença pulmonar evitem incensos, bem como pais com crianças pequenas em casa, cujos pulmões ainda estão se desenvolvendo.

Normalmente, o incenso é feito de varas de bambu revestidas em serragem e óleos de essências. Quando queimado, as partículas são liberadas no ar. E quando aspiradas, podem ficar presas nos pulmões, causando uma reação inflamatória. Até agora, poucas pesquisas foram feitas sobre o fato de o incenso ser uma fonte de poluição do ar, embora tenha sido ligado ao desenvolvimento de câncer de pulmão, leucemia infantil e tumores cerebrais.

Os pesquisadores queriam avaliar os riscos para a saúde associados à fumaça do incenso. Um estudo liderado pelo Dr. Zhou Rong, da South China University of Technology, testou os efeitos da fumaça em células, em comparação aos efeitos da fumaça do cigarro. Eles testaram dois tipos de incenso. Ambos continham madeira de ágar e sândalo, que estão entre os ingredientes mais comuns usados para fazer esse produto. Os pesquisadores então compararam os efeitos da fumaça de incenso e da fumaça de cigarro em células do ovário de hamsters chineses e fizeram testes com cepas de Salmonella.

A fumaça do incenso mostrou-se mais mutagênica, citotóxica e genotóxica do que a do cigarro testada no estudo. Isso significa que o incenso possui propriedades químicas que podem mudar o material genético, tal como o DNA em células e, portanto, causar mutações.
  
Além disso, todas essas propriedades têm sido associadas ao desenvolvimento de cânceres. A fumaça dos incensos usada no estudo era composta por partículas finas e ultrafinas, respiradas com facilidade, sendo, portanto, suscetíveis a apresentar efeitos adversos para a saúde, disseram os pesquisadores.



Descobriu-se que a combinação da fumaça de quatro palitos de incenso continha 64 compostos, sendo alguns deles irritantes ou apenas levemente nocivos, e os ingredientes presentes em duas das varas testadas são conhecidos por serem altamente tóxicos. “Claramente, é necessário que haja maior sensibilização e gestão dos riscos de saúde associados com a queima de incenso em ambientes internos”, disse Zhou.

Os pesquisadores esperam que os incensos possam ser mais bem avaliados, após seus resultados. Eles alertaram que o estudo realizado era pequeno e conduzido somente em roedores, pedindo que novos estudos possam verificar suas conclusões. A pesquisa, que foi realizada também pela China Guangdong Tobacco Industrial Company, foi publicada na revista Environmental Chemistry Letters.

(Jornal Ciência - Conhecimento é tudo)

Fonte: Daily Mail / Foto: Reprodução / Revista Fotografia / Ffineartamerica - John Poltrack





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