Documentos
obtidos pela CBN com exclusividade revelam que a Secretaria Estadual de Saúde
deixou de fornecer materiais para UPA Jardim Catarina, de São Gonçalo, na
Região Metropolitana do Rio, visando economia para as Olimpíadas do ano que
vem.
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio deixou de fornecer
materiais para a Unidade de Pronto Atendimento de São Gonçalo, na Região
Metropolitana, para economizar para as Olimpíadas de 2016. O bloqueio dos
insumos é revelado em documentos aos quais a CBN teve acesso com exclusividade.
Em maio deste ano, o Instituto dos Lagos Rio, organização social que opera a
UPA do bairro Jardim Catarina, solicitou à secretaria de Saúde oito
reanimadores ambulatoriais adultos, utilizados em pacientes com problemas
respiratórios.
Neste mês, após várias análises, a secretaria de Saúde finalmente
respondeu à solicitação, informando que o material em estoque encontra-se
bloqueado pela Subsecretaria de Unidades de Saúde para os Jogos Olímpicos de
2016. O despacho é assinado pela Coordenadora Geral de Abastecimento Material e
Medicamentos, Glória Sardenberg. A informação é dada com base em uma análise do
estoque realizada no último dia 7, através do sistema UniHealth.
A empresa de logística é contratada pela Secretaria Estadual de
Saúde para controlar unidades de saúde e as demandas de entrada e saída de
insumos. A UPA de São Gonçalo é uma das que estão fechadas para exames e
atendimentos eletivos por falta de insumos e profissionais. Somente os casos
mais graves estão sendo recebidos.
Quem busca atendimento está sendo encaminhado a outros
prontos-socorros, como os de Alcântara e Niterói. É o caso da dona de casa
Regina Cavalcanti, que levou o filho, Marcos Cavalcanti, de apenas 11 meses,
para a unidade. O bebê não havia dormido com cólicas e chorava de dor.
Inconformada, ela disse que teria que buscar atendimento em outro lugar.
– Febre altíssima, tudo que ele come, põe para fora. Ele está
sentindo dor, porque chora a noite inteira. Falaram que não tinha médico em São
Gonçalo, vamos ter que andar um pedaço. É horrível não ter médico na UPA – diz
a dona de casa.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que, em
casos como este, no qual os equipamentos suplementares não estão disponíveis em
estoque, cabe à própria Organização Social a compra direta. A secretaria, no
entanto, não se manifestou em relação à economia de material para as Olimpíadas
do ano que vem. A reportagem CBN não encontrou ninguém do Instituto dos Lagos
Rio para comentar o caso.
Por Gabriel Sabóia
(CBN)
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