Entre
as 15 finalistas, escolhidas entre mais de 2 mil inscritas, foi selecionada uma
de cada região do país, que levou para casa um prêmio de R$ 5 mil e uma viagem
internacional para o Chile, com direito a acompanhante.
As autoras dos pratos mais nutritivos
e saborosos da rede pública de ensino foram premiadas nesta quinta-feira (28)
no concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Ministério
da Educação, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE).
Entre as 15 finalistas, escolhidas entre mais de 2 mil inscritas, foi
selecionada uma de cada região do país, que levou para casa um prêmio de R$ 5
mil e uma viagem internacional para o Chile, com direito a acompanhante.
Há cinco anos trabalhando como
merendeira no município de Matelândia (PR), Maria de Lurdes Fidélis foi a
vencedora da Região Sul com uma torta de arroz com legumes. "Já faz um ano
que essa torta está no cardápio da escola, e as crianças adoram. Sempre
perguntam que dia vou fazer de novo. Geralmente, criança quando vê legume quer
tirar do prato, mas as nossas crianças comem tudo", contou orgulhosa, ao
acrescentar que, a partir de agora, vai querer agradar mais aos alunos.
Pela Região Nordeste, a vencedora foi
Djanira Souza com seu abará de carne moída com aipim. Ela disse que a receita
foi umas das vencedoras por causa de um ingrediente especial: "É o amor,
tudo o que faço é com amor e sorrindo. Os alunos amam essa receita até fiz uma
oficina [de culinária] com eles e foi um sucesso. Esse prêmio significa muito
para mim", disse emocionada.
Osmarina Pereira foi a vencedora do
Centro-Oeste com a torta de batata doce com peixe. Segundo ela, que há 10 anos
é merendeira em Iporá (GO), a receita foi uma adaptação que deu certo.
"Uni o útil ao agradável, nós tínhamos ganhado um monte de batata doce e
adaptei a receita. No lugar do açúcar da torta, coloquei a batata doce."
Também foram premiadas as merendeiras
Maria Alerte da Silva e seu arroz de cuchá com charque, de Parauapebas (PA),
pela Região Norte, e Anilda Berger, de Santa Maria de Jetibá (ES), com o bolo
salgado de arroz e frango, pela Região Sudeste.
Avaliação
Ontem, na quarta e última etapa do
concurso, as merendeiras passaram pela prova de fogo. Elas prepararam sua
receita para um júri. Além dos critérios considerados nas etapas anteriores,
como viabilidade na alimentação escolar, valorização de hábitos locais e
criatividade, foram avaliados aroma, apresentação, sabor, textura e cor do
prato.
"O nível das receitas foi
altíssimo. As participantes aliaram técnica a sabor e aos nutrientes que um
prato deve ter", disse a chef Renata Carvalho, que confessou ter achado
muito difícil ter que escolher apenas uma receita de cada região. Além da chef,
o júri foi composto por Mariana Rocha, representante do Programa Mundial de
Alimentos (PMA); Marcelo Oliveira Silva, representante do Conselho de
Alimentação Escolar de Uberlândia (MG); Anelise Regina Pinto, nutricionista do
centro colaborador de alimentação e nutrição do escolar da Universidade
Federal de Santa Catarina, e André Victor Barbosa, estudante da rede pública de
ensino.
Aperfeiçoamento
As 15 finalistas desembarcaram em
Brasília no início da semana e aprenderam técnicas para melhorar ainda mais o
desempenho. Elas tiveram 20 horas de aulas práticas e teóricas de assuntos
variados, como higiene sanitária, aproveitamento integral de alimentos,
pirâmide alimentar, corte de legumes, decoração de pratos e gastronomia
infantil.
O secretário executivo do Ministério
da Educação, Luiz Cláudio Costa, destacou a importância do trabalho das
merendeiras nas escolas do país. "Para muitas dessas crianças esse é o
único alimento dela do dia. Alimentação é nosso direito básico", disse, ao
ressaltar que serão investidos este ano no Programa Nacional de Alimentação
Escolar R$ 3,9 bilhões.
Karine Melo Da Agência Brasil
(UOL - Educação)
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