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sábado, 23 de janeiro de 2016

Setor do TJRJ atua em favor da inclusão: 'queremos desmistificar que o deficiente não é eficiente'.


[...] Ele trabalha no local há oito anos e conta com a ajuda de um leitor de tela, um tipo de tecnologia assistiva que reproduz em voz alta as informações escritas em processos e documentos [...]



Sandro Fernando Nascimento, de 45 anos, é deficiente visual e foi o primeiro servidor com deficiência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) a ter autonomia no setor de malote do Fórum Regional da Pavuna, na Zona Norte. 

Ele trabalha no local há oito anos e conta com a ajuda de um leitor de tela, um tipo de tecnologia assistiva que reproduz em voz alta as informações escritas em processos e documentos. “Aqui no TJ eles procuram saber se o profissional está adaptado a sua realidade. Isso também ajuda na interação do servidor com os outros colegas de trabalho, além de facilitar o desenvolvimento da própria pessoa com deficiência”, elogia Sandro.

Sandro é um dos 293 servidores com deficiência do TJ em todo o estado acompanhado pelo Serviço de Ambientação e Acompanhamento de Pessoas (SEAPE), coordenado pelo Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DEDEP). O serviço garante que o profissional seja alocado em uma função que possibilite sua produtividade. O SEAPE está amparado pelos certificados e normas de qualidade e controle ISO 9001.

“Fazemos a ambientação de servidores com qualquer tipo de deficiência que tenham sido aprovados nos concursos. Elaboramos um relatório informando quais são as características da pessoa, quais as necessidades, os equipamentos, utensílios, tecnologias e adaptações que ela vai precisar para trabalhar. Isso ajuda a Corregedoria a escolher o melhor local para lotar o servidor”, explica o chefe de serviço de ambientação e acompanhamento de pessoas, Marcio Castro de Aguiar, que é deficiente visual e realizou diversos cursos de qualificação nas áreas de acessibilidade e inclusão.

No ano passado, o TJRJ recebeu 32 novos servidores com deficiência aprovados no concurso realizado em 2014. “A pessoa com deficiência pode se tornar produtiva ou não dependendo do que a instituição proporciona a ela. Eu consigo ser produtivo porque tenho um software para cegos que me ajuda no dia a dia. É bom que a instituição acompanhe porque a gente garante que o servidor não seja colocado num lugar em que ele não possa produzir. 

E isso também humaniza. Se o profissional tem condições de trabalhar, ele tem que ser bem aproveitado. A obrigação de incluir a pessoa com deficiência não se esgota só em proporcionar vagas em concursos. Queremos desmistificar que o deficiente não é eficiente”, destaca Marcio. 

O SEAPE também oferece treinamento para ascensoristas, recepcionistas e brigadistas do TJ sobre como atender e orientar o público com deficiência. Segundo Marcio, a difusão de informação sobre o tema ajuda a reduzir as desigualdades e o preconceito contra as diferenças. 

“Nós damos palestras e temos um curso na Escola de Administração Judiciária para quebrar as barreiras do preconceito. A grande barreira que existe no relacionamento humano com o diferente é a atitude com o próximo. Tentamos minimizar isso oferecendo mais informação”, ressalta o chefe de serviço de Ambientação e Acompanhamento de Pessoas.

Felisberto Muniz é cadeirante e atua no setor de Distribuição de Processos da Leopoldina. Ele acredita que a atenção dada pelo SEAPE aos servidores com deficiência ajuda a reduzir o preconceito dentro do ambiente de trabalho. 

“Eles promovem a inclusão no local de trabalho e fazem as adaptações necessárias ao ambiente. De alguma forma isso conscientiza as pessoas, reduz o preconceito e melhora a convivência no trabalho”, destaca Felisberto.

JL/FB

(Poder Judiciário do Estado do RJ)

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