Acordo prevê que as indústrias promovam a retirada voluntária de
28.562 toneladas de sal das prateleiras até 2020.
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O
Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação
(Abia) informaram hoje (29) que o acordo de redução de sódio em alimentos
processados já possibilitou a retirada de 14.893 toneladas dos produtos
alimentícios. A meta é que as indústrias promovam a retirada voluntária de
28.562 toneladas de sal das prateleiras até 2020.
Os dados são resultados das três primeiras fases do acordo, iniciado em 2011.
O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, disse que esse é um resultado positivo e destacou o trabalho de
desenvolvimento e pesquisa da indústria de alimentos. “O Brasil é referência
mundial nesse programa de redução de sódio na alimentação. Daí a importância da
pesquisa, desenvolvimento e investimento da indústria nesses insumos que vão
substituir o sal e que produzem os resultados positivos”, disse.
Segundo o presidente da Abia,
Edmundo Klotz, retirar o sal é muito mais complicado do que parece, já que,
além de realçar o sabor, o cloreto de sódio é um antioxidante natural, que faz
prolongar a vida dos alimentos. “Só que ele tem consequências para a saúde,
então tem que haver um substituto”, disse. “Tivemos a demonstração daquilo que
pode acontecer quando o governo abre as portas para encontrar soluções em comum
com o setor privado”, completou, destacando o sucesso do acordo.
Na terceira etapa do acordo, a
maior redução de sódio foi observada nos temperos, com queda de 16,35%, seguida
pela margarina com 7,12%. Outras categorias também registraram queda: cereais
matinais, 5,2%; caldos e cubos em pó, 4,9%; temperos em pasta, 1,77%; e tempero
para arroz, 6,03%. Caldos líquidos e em gel é a única categoria que teve
aumento na concentração de sódio, 8,84%.
O volume total de sódio reduzido
dos alimentos na três etapas, corresponde, segundo o ministério, a 3.723
caminhões de 10 toneladas carregados de sal; alinhados, eles preencheriam 52
quilômetros de estradas.
Redução por etapas
A primeira etapa do acordo, assinado
em abril de 2011, estabelecia metas nacionais de redução de sódio em massas
instantâneas, pães de forma e bisnaguinhas. Os resultados mostraram que 1.859
toneladas de sal foram retiradas dos alimentos nessa fase.
Em outubro de 2011, a retirada
de sal foi acertada para batatas fritas, salgadinhos, bolos e misturas para
bolos, maionese e biscoitos, com redução total de 5.793 toneladas. Os
resultados da terceira etapa do acordo, assinado em agosto de 2012, que previa
a redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais
até 2015, mostraram redução de 7.241 toneladas de sal nos alimentos.
A quarta fase, assinada em
novembro de 2013, estabelece redução de sódio em empanados, queijo mussarela,
sopas, requeijão cremoso, hambúrguer e embutidos, como linguiças e salsicha. Os
resultados dessa etapa deverão ser apresentados até o fim deste ano. Segundo o
ministério, as metas são progressivas e já está em discussão a renovação das
metas da primeira etapa.
A Abia representa hoje 70% das
indústrias de alimentos do país.
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) apresentou também dados mostrando que, em 2014, 94,5% das 22
empresas pesquisadas já haviam alcançado a meta da terceira etapa e traziam
essa informação nos rótulos. Segundo o ministério, as demais empresas foram
notificadas e se adequaram posteriormente.
De acordo com o Ministério da
Saúde, o brasileiro consome uma média de 12 gramas de sódio todos os dias. O
valor é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de
menos de 5 gramas por dia.
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