Médico é o primeiro da família a ter curso superior e se formou na UPE.
Filho de pedreiro e ex-cortadora de cana, ele entrou em medicina em 2010.
Um
dos sete filhos do pedreiro José Lopes, de 63 anos, e da dona de casa Edileusa
Maria, de 59, o agora médico Jonas Lopes trabalhou como cortador de cana até os
15 anos. Nascido em Palmares, Mata Sul de Pernambuco, Jonas morou até 2006 em
Joaquim Nabuco. Hoje com 30 anos, o futuro cardiologista garante ao G1:
"o que me move é o conhecimento e ajudar as pessoas".
Ele
é o primeiro da família a ter curso superior, mas acredita que no futuro os
irmãos irão seguir o mesmo caminho. "Agora eu só quero ajudar meus pais,
dar orgulho a eles e aos meus irmãos e continuar exercendo meu amor pela
medicina, distribuir esse amor para os meus pacientes. Também quero estudar,
estudar e nunca parar", afirmou.
“Eu só quero ajudar meus pais, dar
orgulho a eles e aos meus irmãos e continuar exercendo meu amor pela medicina”(Jonas Lopes, 30 anos,
médico)
Jonas
se tornou médico de fato e direito na quarta-feira (29) - dia da colação de
grau. Ele disse que não conseguiu segurar a emoção no momento em que foi
homenageado pelos colegas.
"Tivemos uma colação antecipada no dia 17 de junho, que foi para pegar o registro do Cremepe [Conselho Regional de Medicina de Pernambuco]. Na solenidade oficial, na hora do discurso da oradora, ela disse: 'Jonas, levante'. Em seguida, falou um breve histórico da minha vida, me parabenizou e todos os meus colegas me aplaudiram. Não aguentei e chorei demais", revelou.
O médico, que desde de criança ajudava a mãe a cortar cana, trabalhou na zona rural de Joaquim Nabuco dos 12 aos 15 anos. Foi também durante a infância que veio o sonho de cursar medicina. Desde pequeno Jonas gostava de ciências. Devido às dificuldades pelas quais a família passava, pensou em ser professor, porque - para ele - seria mais fácil. "Mas eu ficava admirando o trabalho de médico. Sempre tive a medicina no coração", falou.
"Tivemos uma colação antecipada no dia 17 de junho, que foi para pegar o registro do Cremepe [Conselho Regional de Medicina de Pernambuco]. Na solenidade oficial, na hora do discurso da oradora, ela disse: 'Jonas, levante'. Em seguida, falou um breve histórico da minha vida, me parabenizou e todos os meus colegas me aplaudiram. Não aguentei e chorei demais", revelou.
O médico, que desde de criança ajudava a mãe a cortar cana, trabalhou na zona rural de Joaquim Nabuco dos 12 aos 15 anos. Foi também durante a infância que veio o sonho de cursar medicina. Desde pequeno Jonas gostava de ciências. Devido às dificuldades pelas quais a família passava, pensou em ser professor, porque - para ele - seria mais fácil. "Mas eu ficava admirando o trabalho de médico. Sempre tive a medicina no coração", falou.
Entre
os anos de 1998 e 1999, o médico parou de estudar. Ao G1,
ele disse que esta "parada" nos estudos foi um momento de rebeldia.
"Eu recomecei em 2000. Na verdade, eu caí na real. Ver minha mãe
trabalhando no engenho, sofrendo… Ela tinha que comprar os meus cadernos e dos
meus irmãos ou comida para dentro de casa. Quando eu vi esse sofrimento dela,
decidi que jamais iria parar de estudar. O céu não é nem o meu limite. Eu amo
estudar", explicou Jonas.
O recém-formado também trabalhou dando aulas de de reforço, em casas de jogos e carregando frete na feira. No ano de 2006 ele fez o vestibular de medicina e passou só na primeira fase.
O recém-formado também trabalhou dando aulas de de reforço, em casas de jogos e carregando frete na feira. No ano de 2006 ele fez o vestibular de medicina e passou só na primeira fase.
Em
2007, Jonas começou a se preparar para o vestibular da Universidade de
Pernambuco (UPE), que oferecia vagas exclusivas para estudantes de escolas
públicas. "Eu conheci o sistema de cotas da instituição e vi que tinha
como entrar por ele, já que eu sempre estudei por escola pública. Esse sistema
de cotas foi minha esperança", lembrou o médico.
Aprovação na UPE
Jonas tentou entrar na universidade por três anos. Em 2006 ele estudou sozinho e não conseguiu a aprovação. No mesmo ano ele juntou o dinheiro do trabalho para ir morar no Recife com a irmã. De 2007 até 2009 - ano no qual foi aprovado - ele cursou pré-vestibular e estudava de dez a 12 horas por dia.
Jonas tentou entrar na universidade por três anos. Em 2006 ele estudou sozinho e não conseguiu a aprovação. No mesmo ano ele juntou o dinheiro do trabalho para ir morar no Recife com a irmã. De 2007 até 2009 - ano no qual foi aprovado - ele cursou pré-vestibular e estudava de dez a 12 horas por dia.
O
médico recém-formado conseguiu assistência moradia e alimentação como bolsa da
UPE e morou durante seis anos na Casa do Estudante de Pernambuco. "Fui
monitor de inglês na casa, ganhei bolsa de iniciação científica e extensão
universitária", disse.
Em
2014 Jonas começou a estagiar em uma unidade de saúde de Joaquim Nabuco. Com o
estágio ele ajudava na renda dos pais. "Eu ficava atendendo e passava os
casos para o médico plantonista, que é como é regulamentado pelo código de
ética médica", lembrou.
Joalline
Nascimento / Do G1 Caruaru
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