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terça-feira, 5 de julho de 2016

Menina de 11 anos é chamada de "macaca" por colega de sala em Cariacica.


Criança da mesma idade tirou foto da colega e a insultou em uma rede social.


Uma criança de 11 anos foi vítima de preconceito racial em uma escola da rede municipal de Cariacica. Segundo a mãe da vítima, uma universitária de 31 anos, a filha relatou a ela que uma colega de classe a fotografou, nas dependências da unidade de ensino e, em seguida, postou a foto em uma rede social, com a legenda “macaca”.

O fato ocorreu na tarde da última terça-feira, contudo, a vítima só contou à mãe na quinta-feira, por medo que os demais alunos se afastassem dela.

“Quando fui conversar com a coordenadora ela afirmou que a escola chamaria os pais da aluna para uma conversa, mas deu vontade de chorar. A gente nunca espera que isso vá acontecer com um filho. O preconceito é muito forte no Brasil, então por ser negra, minha filha já nasceu propensa a sofrer”, diz abalada.


De acordo com a universitária, o que mais a chocou na história é o fato de a agressora ter apenas 11 anos e mesmo com a pouca idade já desqualificar uma pessoa em virtude da cor. “Ela é muito nova para ter esse pensamento. Às vezes, o mau comportamento vem de casa. Os pais são o espelho dos filhos, e o que os filhos veem em casa, reproduzem na rua”.


A mãe da vítima afirma, que assim que tomou conhecimento do fato, foi à escola alertar a coordenação que isso não poderia passar despercebido, até para que outras crianças não sofram o que a filha sofreu. Mas a universitária ressalta que punição está longe de ser o caminho para a resolução do conflito.




“Nenhuma forma de punição resolve, o que soluciona é o aconselhamento dos pais. Eles devem ensinar os filhos a respeitarem as diferenças. O comportamento dessa criança hoje, reflete o que ela será amanhã”.


Ela acrescenta que é importante que as pessoas não se esqueçam que racismo e injúria racial são crimes. “Muita gente deixa pra lá, não denunciam pois acham que isso é coisa de criança, mas preconceito não é e nunca será brincadeira”.


Boletim

A universitária foi até a Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei, em Vitória, para registrar a ocorrência. No entanto, recebeu a informação de que a polícia não poderia apurar o caso por a acusada ser menor de 12 anos. Segundo o delegado da Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei, Diego Yamashita, o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que só cabe procedimento contra maiores de 12 anos, já que até os 11, a pessoa é inimputável, ou seja, não é capaz de responder judicialmente por seus atos. “Esses casos são tratados, exclusivamente, pelo Conselho Tutelar”, disse.



Fonte: A Gazeta  /  Autor: Tatiana Moura | online@redegazeta.com.br












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