Criança da mesma idade tirou foto da colega e a insultou em uma rede social.
Uma criança de 11 anos foi vítima
de preconceito racial em uma escola da rede municipal de Cariacica. Segundo a
mãe da vítima, uma universitária de 31 anos, a filha relatou a ela que uma
colega de classe a fotografou, nas dependências da unidade de ensino e, em
seguida, postou a foto em uma rede social, com a legenda “macaca”.
O fato ocorreu na tarde da última
terça-feira, contudo, a vítima só contou à mãe na quinta-feira, por medo que os
demais alunos se afastassem dela.
“Quando
fui conversar com a coordenadora ela afirmou que a escola chamaria os pais da
aluna para uma conversa, mas deu vontade de chorar. A gente nunca espera que
isso vá acontecer com um filho. O preconceito é muito forte no Brasil, então
por ser negra, minha filha já nasceu propensa a sofrer”, diz abalada.
De
acordo com a universitária, o que mais a chocou na história é o fato de a
agressora ter apenas 11 anos e mesmo com a pouca idade já desqualificar uma
pessoa em virtude da cor. “Ela é muito nova para ter esse pensamento. Às vezes,
o mau comportamento vem de casa. Os pais são o espelho dos filhos, e o que os
filhos veem em casa, reproduzem na rua”.
A
mãe da vítima afirma, que assim que tomou conhecimento do fato, foi à escola
alertar a coordenação que isso não poderia passar despercebido, até para que
outras crianças não sofram o que a filha sofreu. Mas a universitária ressalta
que punição está longe de ser o caminho para a resolução do conflito.
“Nenhuma
forma de punição resolve, o que soluciona é o aconselhamento dos pais. Eles
devem ensinar os filhos a respeitarem as diferenças. O comportamento dessa
criança hoje, reflete o que ela será amanhã”.
Ela
acrescenta que é importante que as pessoas não se esqueçam que racismo e
injúria racial são crimes. “Muita gente deixa pra lá, não denunciam pois acham
que isso é coisa de criança, mas preconceito não é e nunca será brincadeira”.
Boletim
A
universitária foi até a Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei, em
Vitória, para registrar a ocorrência. No entanto, recebeu a informação de que a
polícia não poderia apurar o caso por a acusada ser menor de 12 anos. Segundo o
delegado da Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei, Diego
Yamashita, o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que só cabe
procedimento contra maiores de 12 anos, já que até os 11, a pessoa é
inimputável, ou seja, não é capaz de responder judicialmente por seus atos.
“Esses casos são tratados, exclusivamente, pelo Conselho Tutelar”, disse.
Fonte: A Gazeta / Autor: Tatiana Moura | online@redegazeta.com.br
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