REFORMAS: Certificações serão
obtidas em exame específico e alunos treineiros devem ser excluídos da prova.
O novo modelo do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) não deve mais servir para certificar a conclusão do ensino
médio. Atualmente, o exame pode ser usado para que os estudantes obtenham o
certificado.
Para isso, é preciso alcançar pelo menos 450 pontos em cada uma
das áreas de conhecimento das provas e nota acima de 500 pontos na redação.
Cerca de 11% dos inscritos conseguem esse resultado.
No ano passado, segundo a presidente do Inep, Maria Inês Fini,
dos 990 mil candidatos que fizeram o Enem com essa finalidade, 74 mil obtiveram
a certificação. "O exame não foi preparado para fazer esse tipo de
avaliação", determina.
A intenção é que as certificações sejam concentradas no Exame
Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) já
aplicado atualmente no Brasil e no exterior.
Treineiros
As mudanças previstas para o Novo Enem também dizem respeito aos
treineiros, estudantes do Ensino Médio que fazem as provas só pra treinar. Essa
parcela dos candidatos deve ser excluídos do processo.
Eles terão, em troca, um simulado nacional aplicado antes do
Enem, que ocorre no final do ano.
Maria Inês enfatiza que os direitos adquiridos pelos estudantes
de usar a nota para participar de seleção para o ensino superior público pelo
Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e para concorrer a bolsas de estudo pelo
Programa Universidade para Todos (ProUni) serão mantidos no novo modelo.
"Todas essas demandas e rumos que a reforma do ensino médio
mostram para nós têm sido a preocupação do Inep na modernização do Enem, que em
momento algum fará agressão ao currículo e não agredirá direitos", garante
a presidente do Inep.
Reforma do ensino médio
As mudanças no Enem foram adiantadas por Maria Inês Fini na
reunião do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Algumas das
mudanças podem começar a valer em 2017.
O anúncio oficial do novo Enem será feito após a segunda
aplicação do exame, em 3 e 4 de dezembro. Segundo Maria Inês, o Inep estuda
formas de adequar o Enem à reforma do ensino médio, que consta na Medida
Provisória 746/2016. As alterações ainda estão em discussão.
Pela MP 746/2016, parte da carga horária do ensino médio é
voltada a um aprendizado comum, definido pela Base Nacional Comum Curricular,
que ainda está em discussão.
Na outra parte, o estudante poderá escolher entre cinco
itinerários formativos: linguagens; matemática; ciências da natureza; ciências
humanas; e formação técnica e profissional. A intenção é adequar o Enem a
esse modelo.
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