A Febre Amarela é uma das causadoras
da febre hemorrágica, com alta taxa de mortalidade.
O Vírus da Febre Amarela foi descoberto há mais ou menos 400 anos.
Ela tem esse nome por da icterícia (pele amarela devido a lesão do
fígado), um sintoma típico.
Essa doença matou muitas pessoas no Brasil no final de século XVIII e
inicio do século XIX.
casos começaram a reduzir apenas após a criação da vacina e
vacinação em massa a partir do inicio do século XIX.
Como a Febre Amarela se transmite?
A doença é a mesma, mas pode ser transmitida de 2 formas diferentes:
·
Transmissão
silvestre (em área rural);
·
Transmissão
urbana (nas cidades);
Ciclo de transmissão
silvestre:
Mosquitos do
gênero Haemagogus Sabethes , picam macacos contaminados, se infectam e
depois picam o ser humano passando a doença.
Esses mosquitos vivem apenas na mata, e
o ser humano nesses casos é um hospedeiro acidental.
Ciclo de transmissão
urbano:
O mosquito Aedes
aegypti ( o mesmo que transmite a dengue, Zika e Chikungunya, ou o Aedes albopictus picam
humanos doentes, se infectam e ao picar outros humanos, transmitem a doença.
A Febre Amarela Urbana
não é registrada desde 1942. Todos os casos confirmados nos últimos anos
têm sido de Febre Amarela Silvestre.
Contudo, existem
muitos fatores que aumentam o risco do retorno da Febre Amarela urbana.
Fatores que
aumentam o risco da volta da Febre Amarela urbana:
O Aedes
aegypti está
amplamente distribuído em todo o território nacional.
Áreas infestadas
por Aedes
aegypti e Aedes albopictus são também, áreas de circulação
do vírus da febre Amarela;
Áreas urbanas
infestadas por Aedes aegypti próximas de áreas de risco para
febre amarela silvestre;
Intenso processo migratório
rural-urbano, levando à possibilidade de importação do vírus amarílico dos
ambientes silvestres para os urbanos;
Áreas de circulação do vírus da febre
amarela são justamente onde vivem pessoas mais pobres e com baixas cobertura
vacinal.
Apesar de existir
vacina, ela não pode ser utilizada em muitos casos e estas pessoas acabam
ficando suscetíveis à infecção, mesmo com a vacinação
de rebanho
Qual é o
período de transmissão?
A pessoa infectada pode transmitir a
doença caso seja picada pelo mosquito no seguinte período:
1 dias antes do início dos sintomas até
o 3º ou 4º dias de doença.
Em quanto tempo a pessoa infectada fica doente?
O tempo de incubação varia de 3 a 6
dias, mas pode chegar a 10 dias.
Quais são os sintomas?
Em aproximadamente 90%, o quadro
clínico é assintomático ou oligossintomático.
Essas pessoas podem transmitir a doença
se picadas enquanto o vírus está no sangue e nem sabe que ficou doente.
A Febre Amarela pode ser: assintomática,
leve, moderada, grave e maligna.
Sua letalidade é de 5% a 10%,
podendo atingir 50% nos casos graves, com manifestações icterohemorrágica e
hepatorrenal.
Forma leve:
Forma moderada:
·
Febre,
·
Cefaleia (dor de
cabeça),
·
Mialgia (dor nos
músculos)
·
Artralgia (dor nas
juntas),
·
Congestão
conjuntival (olhos vermelhos),
·
Náuseas,
·
Astenia (Cansaço)
·
Alguns fenômenos
hemorrágicos como epistaxe.
·
Pode haver
subicterícia (pele amarela).
· Nessa forma, assim
como a leve, os sintomas duram de dois a quatro dias e involui sem complicações
ou sequelas.
Forma grave:
·
Os sintomas
começam após 5 a 6 dias do contato:
·
Febre alta,
· Sinal de Faget
(pulsação baixa com relação a esperada para o grau da febre),
·
Cefaleia intensa,
·
Mialgia acentuada,
·
Icterícia,
·
Epistaxe
(sangramento pelo nariz)
·
Dor epigástrica
(na boa do estômago)
·
Hematêmese
(Vômitos com sangue)
· Melena (Fezes
negras como borra de café, por causa do sangue digerido)
·
Este quadro por
perdurar por 4-5 dias
· Mesmo nos casos
graves, pode ocorrer involução em torno de sete dias
Forma maligna:
·
Ocorre toxemia
abrupta,
·
Náuseas,
·
Icterícia,
·
Hemorragias
diversas,
· Encefalopatia
(quadro neurológico, com sonolência, confusão mental, etc)
· Em torno de 5 a 7
dias após inicio dos sintomas instala-se a insuficiência hepatorenal
(falência do fígado e do coração), e coagulação intravascular disseminada.
· A letalidade é
alta, em torno de 50%, mas o paciente melhorar dos sintomas após uma semana.
O que fazer
se apresentar sintomas ?
·
Procure um médico
na unidade de saúde mais próxima;
· Informe sobre
qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos
sintomas;
·
Informe se e
quando você tomou a vacina contra a febre amarela.
Diagnóstico
· Isolamento viral com testes através de detecção da carga genética por PCR
. Esse exame pode ser realizado dentro dos 6 primeiros dias a partir do começo dos sintomas em amostras de sangue ou fígado;
· Isolamento viral pela demonstração de antígenos virais;
Esse exame é realizado em amostras do
fígado ou sangue.
Exames sorológicos
Realizado a través da detecção de
anticorpos em amostras de sangue
Qual o tratamento?
·
Não existe tratamento para o vírus.
· A conduta é sintomática e consta de
muita hidratação e controle das alterações metabólicas e das complicações;
· Não podem ser usados anti
inflamatórios ou Aspirinas (Ácido Acetil Salicílico)
Quais
podem ser as complicações?
· Persistência das dores musculares e
cansaço por semanas;
· Mesmo após melhora dos sintomas,
podem ocorrer mortes devido a lesões cardíacas tardias.
Como prevenir?
Vacinação
Vacinação contra a Febre Amarela
Recomenda-se a vacinação para:
·
Todos aqueles que não possui contra
indicações a vacina;
· Que vaiam se descolar de áreas que
não tem risco de transmissão para áreas de risco;
– Área de risco no Brasil
– Áreas de risco na África
No caso de primeira vacinação, a administração deve ser
realizada no mínimo 10 dias antes da viagem.
Os anticorpos protetores contra o vírus são produzidos
entre o 7º e 10º dia após a administração.
Uma dose confere proteção, mas para mantê-la, doses
adicionais precisam sem tomadas:
– Uma dose de reforço aos 4 anos de idade (crianças)
– Quem recebeu apenas uma dose, deve tomar o reforço ainda
que adultos
– Adultos que nunca se vacinaram devem tomar 1 dose e
outra de reforço após 10 anos.
Efeitos adversos da vacina da Febre Amarela:
A vacina da Febre Amarela é de vírus vivo atenuado. Ou seja,
o próprio vírus enfraquecido.
A vacina em geral é bem tolerada e seus efeitos adversos
costumam ser leves, tais como:
·
Leve vermelhidão, inchaço e dor no
local da injeção;
·
Dor de cabeça, mal estar;
·
Fraqueza e dores musculares;
·
Febre baixa;
Complicações graves relacionadas à vacina são muito raros
(menos de 1% dos casos).
Pessoas que NÃO PODEM receber
a vacina contra a Febre Amarela
·
Crianças menores de 6 meses de idade;
·
Alergia à vacina ou algum de seus
componentes;
· Portadores de HIV com CD4 <
200/mm³ (ou < 15% dos linfócitos de crianças menores de 6 anos);
·
Imunodeficiência primária;
· Tratamentos imunossupressores ou de
imunomodulação;
·
Pacientes transplantados.
Essas pessoas têm
contraindicação à vacina devido ao risco aumentado de complicações graves como:
· Reações alérgicas graves (asma, falta
de ar, edema de faringe, urticaria);
·
Falência de múltiplos órgãos (muito
raro);
·
Paralisia do nervo craniano;
·
Pegar a própria doença.
Pessoas
que NÃO DEVEM receber a vacina, mas em casos de surto devem ter o
risco-benefício avaliado pelo médico.
·
Mulheres gestantes ou amamentando;
·
Crianças entre 6 e 8 meses de idade;
·
Idosos maiores de 60 anos de idade;
· Portadores de HIV com CD4 entre 200 e
499/mm³, ou entre 15-24% dos linfócitos de crianças menores de 6 anos). No Brasil, na prática clínica, consideramos contra indicação
relativa à vacina, portadores de HIV com CD4 entre 200 e 350 e
aqueles com CD4 > 350 são vacinados normalmente.
O leite materno de quem recebe a vacina possui os
anticorpos contra a Febre Amarela.
Desse modo, mães vacinadas podem proteger o seu bebê
através da amamentação até o 6º mês de vida.
Considerações
sobre a vacina da Febre Amarela:
·
Crianças menores de 2 anos de idade
não devem receber a vacina tríplice viral ou a tetravalente
(sarampo-rubéola-caxumba-varicela) simultaneamente, devendo aguardar o
intervalo mínimo de 30 dias entre essas vacinas e a vacina contra febre
amarela.
·
Em situações de surto em que a vacina
é antecipada para os 6 meses de idade, não é considerado vacinação de rotina,
devendo ser realizada uma segunda dose aos 9 meses, e o reforço aos 4 anos de
idade.
·
Mulheres que estão amamentando bebês
menores de 6 meses de idade e para as quais a vacinação não pode ser
postergada, o aleitamento deve ser interrompido por 28 dias (no mínimo 15
dias), período em que há risco de transmitir o vírus vacinal pelo leite e
contaminar o lactente. A paciente pode fazer a ordenha do leite antes da
aplicar a vacina, mantendo congelado por 28 dias em freezer ou congelador.
· Pessoas vacinadas devem aguardar
quatro semanas após a vacinação para doar sangue e/ou órgãos.
Fonte:
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