Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda (Paulo Freire).
Fundado em 25 de maio de 1920, o Colégio Rio Branco realizou sua
comemoração de 90 anos, em 2010, tendo à frente o diretor Luciano Augusto
Bastos, ao qual dedicou sua vida, até o seu passamento no início em 2011. Neste
mesmo ano, sob a direcão das filhas Cláudia e Paula, com o apoio
dos outros irmãos, Francia e Gino, foi inaugurado o Espaço Cultural Luciano
Bastos (ECLB), preservando o prédio, com recursos próprios, todo o acervo do
educandário, e promovendo a cultura em suas várias dimensões.
Há, portanto, 100 anos foi fundada esta autêntica Casa
do Saber, com muitos motivos para se comemorar.
A HISTÓRIA DO COLÉGIO RIO BRANCO
Colégio Rio Branco
Festeja 60 anos de fundação o tradicional educandário bonjesuense — Idealismo e
grandeza Programações durante o ano.
O querido e
tradicional Colégio Rio Branco, glória e orgulho de nossa torra, completa este
ano cem anos de fundação. Foi em 1920, o inicio da jornada maravilhosa. A
história do Rio Branco se confunde por vozes com a própria história da nossa
cidade eis que sempre esteve presente aos grandes acontecimentos bonjesuenses.
Em suas salas passaram gerações o gerações de honjesuenses e, como no passado,
ai está hoje o Colégio e,agora Espaço Cultural Luciano Bastos, fomentando com
muito idealismo a cultura na região.
FUNDADO EM 1920
Foi em 25 do maio de
1920 que o Profº José Costa Junior, fundou o Rio Branco. Bom Jesus era na época
distrito do município de Itaperuna. Havia terminada a 1ª Grande Guerra Mundial
recentemente e a vila era próspera. José Costa Jr. era novato na localidade mas
teve o lampejo de orlar uma escolinha primária que nasceu tímida e pequenina na
hoje Rua Aristides Figueiredo, onde existiu mais tarde o Instituto Euclides da
Cunha e que hoje é residência do Prof. Orlando Azeredo. Pouco depois chegava o
Prof º Mário Bittencourt, cunhado do Profº José Costa Jr. que ao mesmo se
aliou, organizando a firma Costa & Bittencourt. O nome Rio Branco foi uma
homenagem ao Barão do mesmo nome que era na época a figura mais popular do Brasil.
Foram sendo organizada
bancas examinadoras que estiveram assim formadas: Professores Mário Bittencout,
Acacio Azevedo, José Vieira Serodio, D. Nair Oliveira Borges, Da Amelia Ferolla
e Da. Isaura Mendes, que constataram excelentes resultados dos alunos em todas
as matérias do curso primário e do complementar. Nesse ano de 1924, pela
primeira vez prestaram exames preparatórios no Rio de Janeiro então Capital da
República no famoso Colégio Pedro II, os alunos riobranquenses: João Poubel da
Silveira, José Gomes do Carmo, Leonel Silva Pinto, Milton Baptista de Oliveira,
Pedro Teixeira de Resende, Teophilo Chaves Tiradentes e Walter Castro
Figueiredo. Todos os alunos foram aprovados, demonstrando a excelente formação
do educandário bonjesuense.
Continua a crescer
O colégio se
desenvolvia e havia grande entusiasmo. Em 1925, já possui Internato e Externato
e um semi-internato. Havia um uniforme de gala, todo branco, em estilo militar.
O Colégio funciona em um prédio com seis amplas Janelas e à entrada ao alto
havia uma artística tabuleta com o nome do Colégio e abaixo os dizeres
(Internato e Externato).
Os exames parciais de
1925
Em 1925, pregava-se a
emancipação política do município. E nesse ano o fato importante foi a
inauguração do Hospital São Vicente de Paula, ocorrido no dia 06 de janeiro,
com a presença do Monsenhor Henrique Mourão. Padre Mello era o guia espiritual
e atuava pela imprensa e tinha incontestável liderança comunitária. Octacílio
de Aquino brilhava na imprensa e nos saraus e seus versos eram apreciadíssimos.
“Havia na cidade o Grupo Teatral «Pedro Gonçalves da Silva», a Lyra Futurista e
dois cinemas disputavam a preferência: Cinema Iris e Cine Theatro Bom Jesus».
Olympico e Ordem e Progresso já “brigavam”. Nesse ambiente de animação e
entusiasmo o Colégio Rio Branco já tinha papel importante na formação dos
jovens bonjesuenses, preparando-os futuros líderes. No dia 15 de junho de 1925,
foram realizados os Exames Parciais, envolvendo as matérias Caligrafia, Ditado,
Aritmética, Leitura, Gramática. Prestaram esses exames os seguintes alunos: 1ª
Série: Francisco Brambila, 2ª Série: Amelio Medina, Josslivo do Carmo, Elson
Faria, Hilda. Liderando a educação foi criada a Companhia Militar do Colégio
Rio Branco sendo uma vitoria das mais expressivas no Interesse da nossa
juventude. Nessa época, em 1925 o comando da Cia. Militar estava entregue ao
sargento do Exército Alceu Soares, O jornal “A Cidade” que aqui circulou em
1925 e que tinha como Diretor, José Ferreira Rabelo e Pedro Flores ,na edição
de 14 de Maio, assim registrava: “A gloriosa data 3 de Maio foi
condignamente comemorada pela Cia Militar do Colégio Rio Branco, desta
localidade. Os alunos em ordem militar, corretamente uniformizados de branco,
partiram da sede do colégio às 10 horas percorrendo as principais ruas de Bom
Jesus sob o comando do hábil sargento do exército Alceu Soares. Este passeio
militar que provou mais uma vez a acertada orientação dos que dirigem esse
estabelecimento de ensino deixou no coração dos bonjesuenses uma duradoura e agradável
impressão causando em todos grande entusiasmo.
Banca Examinadora de
1926 – Presidida pelo Cel. Christiano Dias Lopes
Já fixamos a fase
inicial do Colégio, publicando inclusive uma relação de alunos que prestaram
exames em 1925. No ano seguinte, conforme ata existente nos arquivos, foram
efetuados os exames finais do dia 1º a 174 de dezembro de 1926, com as
seguintes Bancas Examinadoras: PORTUGUÊS, Presidente Cel. Christiano Dias
Lopes, Examinadores: Dr. José de Oliveira Cunha e José Mendes Ribeiro.
GEOGRAFIA: Presidente Profª Amélia Ferolla, Examinadores: Maria da Gloria Mello
e Prof. Alencar Teixeira da Silva; MORAL E CÍVICA: Presidente, Dr. Jary
Henriques da Silva; examinadoras: Prof. Mário Bitencourt e José Mendes Ribeiro.
Os citados professores revezaram-se nas bancas de GEOMETRIA, de “CIENCIAS
PHISICAS NATURAIS” ARITMETICA E HISTORIA.
A ata registra o
número de 89 alunos, havendo faltado aos exames 14 alunos e havido duas
reprovações.
Festa de Encerramento
Transcrevemos a
seguir o final da Ata que registrou o encerramento dos exames.
Após a distribuição
das notas, diplomas da datilografia e as cadernetas de reservistas, o Sr.
Presidente Cel. Christiano Dias Lopes, deu a palavra ao prof. Dr. Jary
Henriques da Silva, que falou como paraninfo da turma “dactylographos”, em
seguida usou da palavra o reverendíssimo Padre Mello que falou sobre a origem
das máquinas. O 1º Sargento José Joaquim Sabach, que agradeceu e despediu-se
dos recém reservistas e o prof Mário Bitencourt que em ligeiras palavras
agradeceu ao povo de Bom Jesus o bom acolhimento que tem recebido da parte de
todos. Nada mais tendo a tratar foi encerrada sessão sob estrondosa salva de
palmas do seleto auditório que assistia a esta prova final nesta localidade,
aos 15 dias do mês de dezembro de 1926.
A referida ata foi
lavrada pelo Secretário Alencar Teixeira da Silva.
Fonte: Blog O Norte Fluminense
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