Do UOL, em São Paulo
"É ótimo estar vivo em Colma!". Este é o slogan de uma
pequena cidade da Califórnia que faz troça com seu destino um tanto
macabro.
Localizada a 15 quilômetros de San
Francisco, Colma é conhecida por abrigar mais mortos do que vivos: são
aproximadamente 1.700 residentes e quase 1,6 milhão de pessoas sepultadas em
seus 17 cemitérios.
E os falecidos estão entre os responsáveis pela origem da cidade.
No começo do século 20, a prefeitura de San Francisco proibiu a abertura de
novos cemitérios dentro de seu território e, logo depois, começou a remover,
com restos mortais e tudo, os cemitérios que já existiam para fora de seu
perímetro urbano. Usaram-se argumentos sanitários para a adoção de tais
medidas, mas as áreas que se livraram das ossadas logo foram tomadas por
empreendimentos imobiliários.
A solução das pessoas que ganhavam
dinheiro com sepultamentos foi encontrar um novo terreno onde abrir túmulos. E
a área escolhida foi o local em que hoje se localiza Colma, ao sul da metrópole
da Golden Gate.
Aos poucos, a necrópole começou a ganhar vida, com o surgimento
das casas dos coveiros e das pessoas que trabalhavam na administração dos cemitérios.
Vieram os serviços para atender essa população e formou-se a cidade com mais de
1.000 almas dos dias atuais.
Colma também se transformou no
provável destino pós-morte dos milhões de residentes dessa região da
Califórnia. Lá existem áreas de enterro para católicos, cristãos ortodoxos,
judeus e até animais, com mais de 15 mil mascotes que passaram desta para
melhor.
E tal cenário fúnebre não está
totalmente desprovido de dotes turísticos. Se você, quando vai a Paris, gosta
de visitar o Père-Lachaise, que abriga os corpos de Jim Morrison, Édith Piaf e
companhia, com certeza se interessará pelas tumbas de Colma: na cidade se
encontram sepultadas personalidades como o astro do beisebol Joe DiMaggio e o
magnata da mídia William Randolph Hearst (que inspirou o filme "Cidadão
Kane").
Também está lá o túmulo de Emperor
Norton, um inglês excêntrico que, no século 19, andava pelas ruas de San
Francisco afirmando ser o "Imperador dos Estados Unidos". Ele virou
figura reverenciada nesta região da Califórnia e, periodicamente, é visitado
por forasteiros em Colma.
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