Valores serão depositados nesta quinta-feira pela ANP nas contas de 87
municípios. Paraty receberá mais 24,2%
ROSAYNE
MACEDO
Rio
- Depois do susto em março, quando os royalties do petróleo caíram até 60%
em alguns municípios do estado, os repasses começam a trazer um pequeno alívio
aos combalidos cofres das prefeituras fluminenses. Nesta quinta-feira, a
Agência Nacional de Petróleo (ANP) deposita nas contas de 87 dos 92 municípios
os valores referentes à produção de fevereiro. Em média, o aumento ficou em 16%
em relação às parcelas pagas no mês passado.
Entre os
municípios produtores da Bacia de Campos, São João da Barra terá uma parcela
17,9% maior. Em Campos dos Goytacazes, será de 16,5%, e em Macaé, de 15,2%, de
acordo com levantamento feito por Wellington Abreu, superintendente de
Petróleo, Gás e Tecnologia da Prefeitura de São João da Barra. A variação do
percentual de aumento de receita é de 6,4% para Itaguaí, o menor percentual, e
de 24,2% de Paraty.
“Apesar
deste aumento, não devemos esperar o mesmo para maio, pois o mês de março teve
uma queda de produção refente a fevereiro de 1,4%, mesmo março tendo 31 dias e
fevereiro 28 dias de produção. Este fato é devido principalmente à parada de
produção da plataforma P-58 e à trágica parada FPSO-São Mateus”, disse Abreu ao
‘Blog do Roberto Moraes’.
Moraes, que
é professor e engenheiro do IFF (Instituto Federal Fluminense), analisa que o
dólar hoje abaixo de R$ 3, junto com o preço um pouco menor do barril no
mercado internacional e também uma produção similar, indicam uma tendência de
equilíbrio da receita nesse patamar de abril.
Para o
economista Ranulfo Vidigal, o aumento dos repasses se devem à alta da cotação
internacional do barril, causada pelos conflitos no Oriente Médio, e também à
alta do dólar para a faixa dos R$ 3,30, embora a produção do pós-sal tenha
caído 1,7%, segundo a ANP. Porém, não há grandes motivos a comemorar e as
prefeituras devem continuar a apertar os cintos.
A tendência de médio prazo é
que a Bacia de Campos tenha menos importância relativa na produção nacional de
petróleo. A participação, que era de 80%, hoje fica em 68%. “Ou os municípios
redefinem seus gastos e diversificam a economia para gerar receita própria, ou
estão fadados a uma crise para sempre”.
Fonte: O Dia
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