Biometano gerado em aterro sanitário é destaque na Espanha. Usina
aguarda sinal verde para fornecer a estabelecimentos.
ROSAYNE
MACEDO
Rio -
Setecentas toneladas de lixo depositadas diariamente no aterro sanitário de São
Pedro da Aldeia por oito municípios da Região dos Lagos podem ter um destino
mais nobre: gerar energia para abastecer cerca de 400 mil pessoas. A Usina Dois
Arcos, da EcoMetano, que produz biogás purificado (biometano) a partir de
resíduos sólidos urbanos, aguarda aprovação da Agência Nacional de Petróleo,
Gás e Biocombustíveis (ANP) para que comércios, residências e veículos possam
receber o produto.
Em
fase experimental desde agosto de 2014, a usina deve passar a atender ainda
este mês o seu primeiro cliente: uma rede de supermercados. A expectativa é
que, futuramente, possa chegar aos consumidores da CEG e da CEG Rio que usam
gás canalizado. Contratos com clientes industriais também estão sendo
negociados. Em março, o biogás produzido no local abasteceu o primeiro ônibus
do Brasil movido a biometano, trazido ao país pela Scania.
Investimento
de R$ 20 milhões, incluindo a construção do Aterro Dois Arcos, a usina é
pioneira no Brasil na produção e aproveitamento do biogás de aterro. O
biometano é fornecido em cilindros, como gás natural comprimido (GNC). A
estimativa é chegar a 15 mil m³/dia em 2020.
O
projeto é destaque na segunda Conferência Internacional sobre Tecnologia de Gás
e Energia Renovável. A Regatec (International Conference on Renewable Energy
Gas Technology), que acontece nestas quinta e sexta-feira, em Barcelona, na
Espanha.
“O
biogás é uma fonte de energia renovável, mais econômica, que gera mais
benefícios ao meio ambiente e pode incrementar a matriz energética nacional”,
diz Marcio Schittini, gerente de Desenvolvimento de Negócios da EcoMetano. Ele
aposta que o país será o maior produtor mundial de biogás.
Biogás
recebe incentivo no estado
A
Usina Dois Arcos foi beneficiada pela Política Estadual de Gás Natural
Renovável, criada em 2012 para incentivar a produção de gás a partir de
resíduos urbanos, florestais, industriais e animais. O projeto faz parte da
carteira do Programa Rio Capital da Energia, da Secretaria estadual de
Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços.
“O
governo do estado do estado criou uma política de incentivo para o gás natural
renovável, estabelecendo que até 10% do combustível comercializado por CEG e CEG
Rio sejam biogás, excluindo o consumo termelétrico”, explicou Maria Paula
Martins, coordenadora do Rio Capital da Energia. Para ela, a produção de
biometano também representa uma solução viável para o problema dos resíduos
sólidos urbanos, que atinge milhares de cidades brasileiras.
Fonte:
O Dia
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