Queda nas
reservas para o fim do ano foi de 20%, segundo ABIH. Situação é mais evidente
em Colatina e Linhares.
Após a chegada da lama de rejeitos oriunda da barragem de minério em Mariana, Minas Gerais, o setor de hotéis do Espírito Santo registrou cancelamento de 20% das reservas para o período de fim de ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). O percentual de queda é o mesmo para a estimativa do setor em reservas de quartos.
A situação é mais evidente no Norte do Estado, principalmente Colatina e Linhares, onde a lama desaguou no mar pela foz localizada em Regência, segundo Nerleo Caus, presidente da ABIH. “Infelizmente está acontecendo uma quebra de reserva. E vai aumentar”, disse.
Além da preocupação com a qualidade da água do mar, o principal atrativo turístico do estado, as pessoas tendem a se preservar e não fazer grandes comemorações ou viagens em momentos de desastres, como o ocorrido em Mariana e com o Rio Doce, na avaliação de Caus. “As pessoas tendem a se preservar em desastres assim. E aquilo foi uma catástrofe”, completou.
Segundo registros do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), a lama deslocou-se 30 quilômetros para o Norte da foz em Linhares, outros cinco quilômetros ao Sul e mais 20 quilômetros a Leste, ou seja, mar adentro. O rumo seguido pela lama depende principalmente das ondas e da direção que o vento sopra.
Com essas quilometragens, por enquanto a lama está na altura de Regência e de Povoação, em Linhares. O balneário Pontal do Ipiranga, na parte mais ao norte de Linhares, não foi atingido pela lama, mas também sofre.
“O telefone tocava mais. A lama não chegou, mas tem gente que liga e fica na dúvida se cancela ou não. Já deu uma caída nas ligações e nas reservas. Com isso, o turismo fica prejudicado, com certeza”, afirmou a proprietária da Pousada Paraíso, em Pontal do Ipiranga, Vanessa Gomes.
Guarapari
O principal balneário do Espírito Santo, Guarapari, está longe da lama mas já sente os efeitos. Os casos de cancelamentos de diárias são isolados, mas a quantidade de telefonemas de turistas com pedidos de informação é incontável desde a chegada da lama ao mar, no último fim de semana.
“Já percebi e muito os efeitos da lama. Os hóspedes estão ligando e pedindo informações. Desde segunda-feira, eles têm ligado e perguntado se a lama chegou em Guarapari”, relatou a proprietária da Pousada Praia do Morro, em Guarapari, Fátima Fonseca.
A situação não é muito diferente na pousada de Fernando Otávio Campos da Silva, a Duas Praias, localizada na Praia do Morro.
“Tive um cancelamento, fora as dezenas de mensagens e ligações. Estamos gastando tempo para diz dizer que a lama não chegou aqui”, relatou Fernando.
Desconto
Os futuros visitantes de Guarapari aproveitam a lama para barganhar. “Eles ligam e falam que, se a lama chegar, vão querer desconto”, afirma Fátima Fonseca.
Até a chegada da alta temporada, fica o receio de não recuperar em diárias o que costumeiramente os proprietários de pousadas investem nessa época do ano. “Nós começamos a nos programar agora em novembro, faz pequenas reformas, troca as roupas de cama”, exemplifica Fátima.
Apesar do receio, o presidente da ABHI, Nerleo Caus, estima que os turistas que iriam para o Norte migrem para os balneários do Sul.
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