Celebramos hoje com
grande alegria a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira de toda a
América. No ano de 1531, ornada com as vestes reais da imperatriz asteca, a
Virgem Santíssima, resplandescente como o sol e tendo a lua debaixo dos pés,
apareceu grávida a um indígena mexicano convertido, Juan Diego, canonizado em
2002 pelo então Papa São João Paulo II.
Apresentando-se, pois, como a virgem
gestante de que fala o Apocalipse de São João (cf. Ap 12, 1-2), Maria Santíssima como que
fez o Evangelho encarnar-se nas Américas; trouxe-o, de fato, aos povos que aqui
viviam afastados da luz de Cristo e fechados ao amor de Deus. Como sinal deste
chamado à conversão, o Senhor imprimiu na tilma de Juan Diego a imagem de nossa
Mãe, prodigiosamente pintada e até hoje intacta, apesar do pobre tecido de
cacto em que foi gravada e de todos os anos de intempéries a que, completamente
desprotegida, esteve sujeita.
Para celebrar esta festa, a Igreja nos propõe o episódio da
visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel. A Virgem, já grávida de
Jesus, dirige-se às pressas à casa de sua parenta e, lá chegando, contempla o
primeiro milagre, na ordem da graça, que o seu Filho haveria de produzir:
“Quando Isabel ouviu a saudação de Maria”, escreve o Evangelista Lucas, “a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” Cristo e João
Batista se encontram ali pela primeira vez, ambos ainda encerrados nos ventres
de suas mães. Assim também o Senhor fez Sua querida Mãe visitar as Américas;
ela, carregando ainda dentro de si o Redentor de todos os homens, veio a estes
povos recém-descobertos e, dirigindo-lhes uma maternal saudação, lhes trouxe a
salvação que Cristo conquistou para todos os que se abrem ao Seu amor.
“Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado
nem assustado”, disse a Virgem a São Juan Diego, “não tema esta doença, nem
outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa.”
Esse o consolo, essa a alegria que Maria Santíssima nos veio trazer. Que a
festa de hoje imprima bem fundo em nossos corações—de forma indelével e
permanente, como o ícone de Guadalupe—a esperança que nos deve animar a lutar
pela santidade e pela conversão de todos os povos. Que o Senhor nos ajude a
encontrar sempre na Virgem Santíssima essa presença de mãe dadivosa com que ela
mesma nos deseja consolar e proteger.
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