Nos próximos 180
dias, militares percorrerão a capital pernambucana. Expectativa é vistoriar cerca de 420 mil residências em toda a cidade.
Pelos próximos seis meses, 200
militares, entre sargentos, cabos e soldados, ajudarão no combate ao Aedes
aegypti na capital pernambucana. Eles apoiarão as equipes de saúde ambiental e
controle de endemias do Recife.
Com o reforço, a expectativa é que 420 mil
residências sejam vistoriadas até o fim da campanha. A ação teve início na
manhã desta segunda-feira (7) no bairro de Campo Grande, Zona Norte da cidade. Até sexta-feira (11), outros 550 homens devem entrar
em ação em 19 municípios do interior do estado, segundo o
Comando Militar do Nordeste.
Com um kit composto por luvas,
repelente, protetor solar, lanterna para verificar focos, lavircida e panfletos
informativos, os militares têm a autonomia de atuar como agentes ambientais.
"Os militares vão em duplas e o agente acompanha supervisionando. Os
agentes farão seus trabalhos de campo, visitando os domicílios, mas também
apoiando os soldados do Exército", explica o secretário de saúde do
Recife, Jailson Correia.
A casa da doméstica Uesme Maria da
Silva, 52 anos, foi a primeira a ser vistoriada. Bem receptiva, ela fez questão
de salientar que as equipes são bem-vindas. A moradora já teve dengue e
chikungunya e garante que se previne de novos focos. "Eu não deixo garrafa
virada, a água do cachorro não fica na tigela. Nós fazemos nossa parte, mas tem
gente que não faz e acabamos sofrendo por isso", pondera.
Com criança em casa, a diarista
Michele Santos, 43 anos, esta preocupada com o estado de emergência. "Todo
mundo na rua já teve alguma das três doenças. Imagina se meu netinho
pegar?", desabafa.
A moradora, que acreditava estar fazendo tudo certo,
tomou um susto quando soube que até a água do caranguejo que cria podia ser um
foco do mosquito. "Achava que estava toda organizada, mas agora vou ficar
mais ligada ainda". Assustada com a situação, Michele tem no Exército a
esperança de que tudo mude. "Espero que os militares agilizem a eliminação
e o povo possa ficar em paz", encerra.
O casal de aposentados José Pereira,
71 anos, e Maria Pereira, 68, ficam atentos até na água da piscina. "O
medo é a água parada. Instalei um cano que fica bombeando água na piscina. Meu
neto é meu tesouro e eu não quero que nada aconteça com ele", diz José. Os
dois ainda alegam que sempre abrem as portas para as equipes de saúde, mas que
a ação do Exército "é ótima", completa Maria.
Além de Campo
Grande, a frente de batalha conta com um calendário montado por semana. Nestes
primeiros sete dias, o Exército visitará os bairros de Santo Amaro, Alto do
Mandu, Iputinga, Areias, Pina, Alto José Bonifácio e Cohab.
O secretário
ainda comenta que a batalha ganha 30% de força operacional com a presença do
Exército e uma diminuição nos casos de resistência. Ele relata que uma em cada
quatro residências não são vistoriadas devido à recusa do próprio morador ou
por que não há ninguém no momento da visita. "Nossos agentes já são conhecidos
pela comunidade porque aquele mesmo agente percorre as mesmas casas sempre, mas
o indivíduo que tem resistência fica mais inibido ao ver os militares e acaba
cooperando", completa Correia.
O grupo que está trabalhando em Campo Grande nesta segunda já esteve em ação pelo mesmo motivo no município de Itamaracá, também no Grande Recife, em setembro deste ano. Esse mesmo batalhão ainda atuará em mais 19 municípios até o fim da campanha. "Nós estamos num esforço de guerra, tentando aumentar o poder de combate. Além de contar com o apoio da população, a gente também está contribuindo para que esse mal diminua. A gente quer eliminar os focos e interromper a proliferação das transmissões", afirma o tenente-coronel Swami de Holanda Fontes, do 7º Grupo de Artilharia de Campana.
Para ele, o Exército traz um efeito multiplicador. "São mais pessoas na rua e entrando nas casas e tentando diminuir, se possível acabar, com os focos do mosquito".
Ação
Cerca de 420 mil imóveis devem ser vistoriados durante os 180 dias de atuação dos militares na capital pernambucana. Os militares vão trabalhar das 8h às 17h, todos os dias da semana, sempre acompanhados de agentes de saúde. Em seis meses, os profissionais irão visitar casas em todos os bairros para identificar focos do mosquito, aplicar larvicidas em locais de água parada e orientar a população a respeito dos riscos do Aedes aegypti.
Cerca de 420 mil imóveis devem ser vistoriados durante os 180 dias de atuação dos militares na capital pernambucana. Os militares vão trabalhar das 8h às 17h, todos os dias da semana, sempre acompanhados de agentes de saúde. Em seis meses, os profissionais irão visitar casas em todos os bairros para identificar focos do mosquito, aplicar larvicidas em locais de água parada e orientar a população a respeito dos riscos do Aedes aegypti.
O mosquito é transmissor da dengue,
chikungunya e zika vírus – este último, relacionado ao aumento de casos de
microcefalia no estado. De acordo com o comandante da operação em Pernambuco, o
general Antônio Eudes Lima da Silva, as determinações do Comando do Exército
são para que os soldados empreguem todo o apoio necessário solicitado pelo
governo.
A parceria entre governo e Exército
foi anunciada na última quarta (2). O número foi definido durante reunião entre
o Secretário Estadual de Saúde, José Iran Costa e o Comandante Militar do
Nordeste, General Manoel Pafiadache. Os soldados irão atuar como agentes de
endemias e serão direcionados de acordo com o Centro Integrado de Informações,
local que havia sido usado durante a Copa do Mundo e foi reativado para controle do mosquito.
(G1 - PERNAMBUCO - GLOBO NORDESTE)
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