Com a
epidemia de dengue e o crescente número de casos de microcefalia associada a
ocorrência do zika vírus, muitas pessoas, incluindo gestantes, têm recorrido ao
uso de repelentes para tentar se proteger das picadas do Aedes aegypt, mosquito
transmissor dessas doenças, acatando recomendação feita pelo Ministério da Saúde.
Contudo, nem todo repelente pode ser
usado por crianças e grávidas. Além disso, os vários tipos do produto possuem
tempo de ação diferentes, o que pode comprometer a eficácia da proteção se esse
detalhe não for observado ou ocasionar outros problemas de saúde, alerta o
infectologista brasiliense, Edwin Antonio Solorzano Castillo.
De acordo com
ele, o ideal é que as gestantes procurem orientação médica antes de fazerem uso
desse tipo de produto. “Além de indicar qual o melhor repelente, o médico que
acompanha a gravidez pode fornecer informações seguras sobre o risco que doenças
como a dengue e a zika podem oferecer à gestação”, afirma.
Também as mães
com filhos pequenos não devem fazer uso de repelentes em crianças pequenas sem
prescrição médica. “Crianças abaixo de dois anos são muito sensíveis. Somente o
pediatra que acompanha o bebê pode dizer se o uso de repelente é indicado ou
não para o caso”, ressalta Castillo.
Um outro ponto
que o médico levanta é o uso indiscriminado do repelente. Segundo ele, a
utilização desregrada do produto pode trazer sérios problemas à saúde. “É
preciso seguir as indicações de uso do fabricante. Passar o produto mais vezes
que o necessário pode trazer complicações à saúde em vez de protegê-la”, diz.
Ele também adverte para que as pessoas não usem no corpo receitas
caseiras para repelir o mosquito.
Tipos de repelente
São três os princípios ativos dos
repelentes comercializados no Brasil aprovados pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa)*. Os produtos também diferem quanto à indicação
de uso e duração de proteção. Confira abaixo quais são eles.
IR3535:
o uso tópico de repelentes a base de Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP) é
tido como seguro para gestantes, sendo indicado, inclusive, para crianças de
seis meses a dois anos, mediante orientação de um pediatra. A duração da ação dos
repelentes que usam esse princípio ativo, como a loção antimosquito Johnson’s,
entretanto, é curta e precisa ser reaplicado a cada duas horas.
DEET:
apesar do uso tópico de repelentes a base de dietiltoluamida ser considerado
seguro em gestantes, o produto não deve ser utilizado em crianças menores de 2
anos. Já para crianças entre 2 e 12 anos, a concentração do princípio ativo
deve ser de no máximo 10% e a aplicação deve ser feita, no máximo, três vezes
por dia. O tempo de ação dos repelentes a base de DEET recomendado para adultos
(concentração de 15% do ativo), como os produtos OFF, Autan, Repelex, é de
cerca de 6h. Já a versão infantil dura apenas duas horas.
Icaridin:
por oferecer o período de ação mais prolongado, os repelentes a base de
dietiltoluamida, como o produto Exposis, estão sendo os mais procurados por
adultos e gestantes. Com duração de proteção de até 10 horas, também pode ser
usado por crianças a partir de 2 anos.
Como usar
Além de
observar as instruções de uso do fabricante, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda
também os seguintes cuidados ao se fazer uso dos repelentes:
- evitar
aplicação nas mãos das crianças;
- aplicar na pele
por cima das roupas, nunca por baixo;
- o repelente
deve ser aplicado 15 minutos após o uso de filtros solares, maquiagem e
hidratante;
- não aplicar o
produto próximo aos olhos, nariz ou boca e genitais;
- sempre lavar as
mãos após aplicar o produto;
- usar o
produto no máximo três vezes ao dia;
- em caso de
suspeita de qualquer reação adversa ou intoxicação, lavar a área exposta e, se
necessário, procurar o serviço médico e levar a embalagem do repelente.
* De acordo
com informações do Ministério da Saúde
SAIBA
MAIS:
Por Fernanda Duarte*
(Fonte: PORTAL EBC)
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