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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Até tampinha de garrafa pode virar foco do mosquito do zika.


O objeto está na lista de pontos frequentemente ignorados, mas que levam risco à população.


Na eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, do zika e do chikungnya, todo o cuidado é pouco. Ralos, plantas, pneus e garrafas são os focos mais comuns, mas não se engane: até uma tampinha de garrafa pode se tornar um foco para o vetor e assim, como vasos sanitários e sacolas, está na lista dos que muita gente nem dá atenção.


Mesmo aquele pouco volume de água é suficiente para eclosão dos ovos e desenvolvimento das larvas do mosquito, de acordo com Roberto Laperriere, referência Técnica em Dengue da Secretária de Estado de Saúde (Sesa).


O risco é grande porque os ovos podem sobreviver sem contato com água por cerca de um ano e dois meses, e ainda suportar uma temperatura de 50 graus.


A regra também vale para as calhas, outro local frequentemente ignorado. Geralmente, viram depósito de pó e folhas e também acumulam água. E como estão na parte mais alta da casa, a vistoria acontece com menos frequência.


Aumentando a lista de focos ignorados, estão também os vasos sanitários, especialmente os que ficam sem uso por mais de sete dias, como no quarto de hóspedes ou então em áreas comuns de prédios. Para eliminar os focos, as tampas precisam permanecer fechadas. Já nos ralos em desuso, o ideal é usar uma tela ou lacrá-lo.


Pedaços de sacolas de supermercado jogados no quintal de casa também acumulam água e são um risco. Outro foco ignorado, segundo ele, é o depósito de água atrás de geladeiras e de alguns modelos de purificadores de água, de acordo com Laperriere.


Nas ruas, até as placas de sinalização oferecem risco despercebido. Um vídeo nas redes sociais em que aparece um homem furando um buraco na haste de uma placa de rua, de onde sai água em dia de sol quente, está fazendo sucesso na internet.


Até a última sexta, o número de casos de dengue chegou a 36.683 em todo o Estado, desde o começo do ano. Desse total, 854 são suspeitos da forma mais grave da doença. Neste ano, 28 mortes foram confirmadas e 17 estão sob investigação.


Ufes pede apoio do Exército para combater proliferação


Para combater o mosquito da dengue, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que já detectou focos do mosquito Aedes aegypti no campus de Maruípe, em Vitória, solicitou apoio do Exército, junto à prefeitura, e por precaução, prorrogou o afastamento temporário das gestantes para o final deste mês.


Além disso, nesta sexta-feira (18) pela manhã toda a comunidade universitária e funcionários de empresas terceirizadas, que prestam serviços de limpeza e conservação, participaram de um seminário sobre o combate à dengue. O evento foi realizado pela Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Vitória e pela Coordenação de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Prefeitura Universitária.


De acordo com a vice-reitora Ethel Maciel, ainda não foram encontrados focos no campus de Goiabeiras. “Mas como passam 25 mil pessoas diariamente aqui, temos que ficar alerta. Nós pedimos apoio do Exército junto à prefeitura e esperamos com isso, fazer uma varredura em toda a área”, explica.


E por medida de segurança, as servidoras grávidas continuarão afastadas, segundo Ethel. O prazo da portaria que se encerraria ontem, foi adiado para o dia 31 deste mês.



19/12/2015 - 16h48 - Atualizado em 19/12/2015 - 17h22


Autor: 
Wesley Ribeiro | wesleyribbe@gmail.com



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