Afirmar que o YouTube é a TV da atual geração de crianças e adolescentes
não é nenhum exagero. A tendência tem sido observada no mundo inteiro, e parece
irreversível. A TV convencional vai perder espaço para as mídias online com o
passar dos anos, justamente pela liberdade oferecida aos consumidores de
conteúdo, em contrapartida com a grade restritiva das emissoras de TV.
Assim,
soa um pouco estranha a ideia de que o YouTube, que é a TV da nova geração,
teria planos de lançar em 2017 o “Unplugged”, um serviço por assinatura que
permitiria o acesso a vários canais de televisão, só que pela internet. É uma
situação estranha: ao mesmo tempo em que o YouTube (e serviços similares)
destroem um mercado, o grupo também tenta abraçá-lo.
No
entanto, faz todo o sentido do mundo quando você pensa um pouco melhor. A
estratégia já tinha ficado clara no ano passado, quando o YouTube obteve no ano
passado os direitos de transmissão de um campeonato de futebol, a Copa do Rei
da Espanha. O YouTube não quer ser a TV dos mais jovens; ele quer ser a TV dos
jovens e dos velhos, e para isso está disposto a enfrentar impérios, e que tem
a infraestrutura para transmitir programação em tempo real para milhares ou
milhões de pessoas ao mesmo tempo, sem perda de qualidade.
E, de
fato, se há alguma coisa que precisa ser mudada atualmente são os serviços de
TV por assinatura. Não é só no Brasil que os serviços oferecidos por operadoras
são ruins. O padrão se repete no mundo todo, com ofertas de pacotes caros,
repletos de canais desnecessários, às quais o cliente tem que se submeter para
ter acesso aos melhores canais. Se o YouTube conseguir romper esse modelo de
negócios ultrapassado e desagradável, certamente terá muita adesão. Se o
serviço ainda contar com a vantagem de armazenar o conteúdo para poder ser
assistido on-demand, as vantagens seriam ainda maiores.
Quando
o YouTube começou a falar em transmissão esportiva, nossa ressalva para que uma
possível transformação em TV YouTube ocorresse seria a de que seria necessário
mais conteúdo para completar a metamorfose. Canais de televisão oferecem este
conteúdo aos montes. Seriados? Novelas? Telejornais? Programas de auditório?
Reality shows? Tudo estará no YouTube.
Isso,
claro, sem perder a audiência jovem, que ainda nasceu e cresceu com a Galinha
Pintadinha e se acostumou a seguir e venerar os YouTubers desde pequenos,
produzindo o conteúdo grátis que preenche o site desde sempre. Esse público não
precisa da TV convencional, e vai continuar leal enquanto seus ídolos
permanecerem na plataforma.
RENATO SANTINO
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