O Comitê Olímpico Internacional realizará uma mudança no
processo de escolha das novas sedes dos Jogos Olímpicos após os problemas
enfrentados no Rio de Janeiro.
A entidade exigirá dos
candidatos comprovações de que os gastos que envolvem a competição poderão ser
arcados pelo governo local.
Ainda segundo a reportagem, os problemas enfrentados para a
realização da Rio-2016 comprovaram que uma mudança no modelo da Olímpiada é
necessária. Por conta dos problemas enfrentados pelo Comitê Olímpico
Brasileiro, organizadores precisaram enviar uma equipe de monitoria meses antes
do início do torneio para acompanhar os trabalhos e garantir que nada saísse
dos padrões.
Contudo, a atitude não foi suficiente, já que diversos problemas
aconteceram, levando os organizadores a concluir que o modelo de escolha das
sedes está obsoleto. Então, a publicação destaca que o COI passará a adequar o
evento à sede, e não o contrário, como acontece atualmente. O COI sairá do Rio
com renda recorde de R$ 18 bilhões, proveniente de contratos assinados com
empresas multinacionais. Deste montante, apenas R$ 4,5 bilhões são repassados
ao Rio de Janeiro.
Na opinião dos delegados, esta diferença precisa ser minimizada
para evitar uma aversão cada vez maior ao evento. Antes dos problemas
enfrentados no Rio de Janeiro, diversas cidades que estavam dispostas a sediar
os Jogos Olímpicos deram “um passo atrás” ao ver os gastos públicos que
envolvem a realização do torneio.
Ainda de acordo com a publicação, diversas mudanças já estão
sendo planejadas para as próximas edições. O primeiro passo será priorizar
propostas de cidade que já contem com estruturas esportivas e de infraestrutura
que sigam os padrões internacionais e poucas construções sejam necessárias.
A parte de transporte, hotéis e aeroportos também será revista
para priorizar a necessidade das cidades, e não do COI. Como exemplo, a
reportagem cita os Jogos de Inverno de Lillehammer-1994, na Noruega, quando 40%
dos hotéis que foram construídos para o evento acabaram falindo anos depois
pela falta de demanda.
Outra ideia do COI é permitir que cada Olímpiada escolha duas
modalidades que possam atrair o interesse do público local, ampliando a
aceitação dos espectadores em relação ao torneio.
A ideia do COI é colocar em prática as novas regras a partir dos
Jogos Olímpicos de 2024. Roma, Los Angeles e Paris são algumas cidades
interessadas em receber o torneio. Gene Sykes, CEO da candidatura da cidade
norte-americana, declarou que o COI já informou sobre as mudanças no processo
de escolha.
“O COI entendeu que, se querem que o movimento olímpico
sobreviva, terá de ser aceito pelas comunidades. Para isso, as cidades terão de
usar seus próprios recursos, sem fazer algo extravagante. Prometemos que não
vamos construir nada permanente e teremos disciplina financeira. Podemos fazer
um evento sem criar estresse extra para nossa cidade”, explicou o dirigente,
que ainda ressaltou que nem mesmo a Vila dos Atletas seria construída, com os
atletas ficando alojados em universidades.
Com a escolha da próxima sede marcada para setembro de 2017, as
cidades terão tempo para se adaptar às novas demandas do COI. Entretanto, o
diretor de comunicação da entidade, Mark Adams, acredita que as mudanças
servirão para evoluir o torneio.
“A questão é de que sejam Jogos que sirvam à cidade e nada seja
feito porque o COI mandou. Por anos, percorremos cidades pelo mundo dizendo o
que deveriam fazer. Não podemos mais fazer isso”, concluiu Adams.
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