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segunda-feira, 16 de março de 2015

Comida é racionada em creche, e improvisada em escola: biscoito de água e sal vira almoço


Bruno Alfano

 “Tia, quando vai ter comida?” A pergunta de uma aluna da rede municipal corta o coração da funcionária. Na escola, só há uma merendeira para 510 alunos, o que torna impossível o preparo das refeições. 

Por isso, desde o começo do ano, as crianças estão fazendo apenas lanches na unidade. Em vez de arroz e feijão, um pacote de biscoito água e sal — como o EXTRA flagrou ao fim do turno da manhã na Escola Municipal Belmiro Medeiros, na Ilha do Governador, sexta-feira.

Em outros casos, o que falta é alimento, e a comida é racionada. Como na creche Casa de Realengo, que, em vez de um copo de leite, cada criança recebe a metade.

— A criança que não gosta de leite dá sua parte para a outra. De fruta, só chega o suficiente de banana. Maçã, a gente precisa dividir em quatro — explica uma funcionária.

O berçário da creche está funcionando apenas em horário parcial por, segundo funcionários, falta de agentes de educação infantil. É comum, dizem eles, assim como em outras unidades, que eles fiquem sozinhos com 25 crianças, o que é proibido por lei. O profissional tem que estar acompanhado de um professor de educação infantil, e o máximo deve ser de oito alunos por professor no berçário.


Já a falta de merendeiras atinge, pelo menos, nove unidades da rede. Há atualmente, além das contratadas, 1.245 merendeiras em atividade — as outras 3.071 concursadas estão readaptadas ou licenciadas. O grande número de baixas (71% do total) se deve, segundo as profissionais, à sobrecarga de trabalho. O edital do concurso no qual foram aprovadas previa que a funcionária serviria 140 refeições. Hoje, com a falta de pessoal, há unidades escolares em que uma única merendeira cozinha para 400 pessoas.

— Muitas dessas servidoras já não têm condições físicas de suprir a demanda, e é preciso restruturar suas atribuições para que elas possam se dedicar exclusivamente à fiscalização da qualidade das refeições e à orientação alimentar dos alunos — afirma o vereador Paulo Messina (SD), presidente da Comissão de Educação da Câmara, que estuda a solução, junto à Prefeitura do Rio, através de um projeto de lei que tramita, alterando as atribuições das merendeiras.

Licitação

A Secretaria municipal de Educação informou que já havia iniciado o processo licitatório para contratação de merendeiras para as escolas da rede municipal, que já está em fase de finalização.

Regionais da Ilha (4ª e 11ª CRE)

As escolas municipais Alfredo Valadão, Joseph Block, Herbert Moses e São Vicente estão com lanches emergenciais. A 4ª CRE informou: abastece com frutas, pães, sucos e leite.
Segundo a 11ª CRE, do mesmo bairro, as escolas municipais Belmiro Medeiros, Rodrigo Otávio e Magdalena Tagliaferro estão recebendo frutas, pães, sucos e leite.

Santa Cruz (10ª CRE)

A 10ª afirmou que a situação na Escola municipal Ema D’ávila de Camillis está normalizada.

Casa de Realengo

A 8ª CRE, responsável pela gestão da creche Casa de Realengo, informou que as manipuladoras preparam todos os alimentos de maneira específica para facilitar o consumo pelos alunos, seguindo a quantidade indicada pelo guia alimentar.

Fonte: extra.globo.com






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