Mesmo sendo o maior fornecedor de
tijolos para as cidades do Rio de Janeiro e Espírito Santo e produzindo cerca
de 70% do produto no Estado do Rio, o ano de 2015 começou ruim para o setor de
cerâmica campista. O escândalo na Petrobras e a crise enfrentada pela queda no
preço do barril de petróleo, que afeta indiretamente o ramo, vem trazendo
prejuízos incalculáveis aos produtores da região, que possivelmente, podem vir
a fechar suas portas.
Por conta disso, a venda de
materiais de construção no setor atacadista caiu 16,4% em fevereiro, na
comparação com o mesmo período do ano passado, e 6,4% em relação a janeiro. Nos
dois primeiros meses do ano, os negócios diminuíram 13,9% na comparação com o
primeiro bimestre do ano passado. No acumulado de 12 meses (de março de 2014 a
fevereiro deste ano), houve retração de 9,2%. Os dados são da Associação
Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
De acordo com o presidente do
Sindicato da Indústria da Cerâmica para a Construção de Campos, Amaro da Conceição
Ribeiro, cerca de 30% dos funcionários já foram demitidos devido a essa
retração no mercado, onde o mesmo chama de “efeito dominó”, ou seja, de cima
para baixo.
“Com essa crise da Petrobras, o
Rio de janeiro está um caos e as empresas não estão tendo dinheiro para comprar
nossos produtos”. Ele alerta que, apesar de existirem grupos na área com
situação mais tranquila, o caminho é sem volta, podendo até mesmo, levar a
falência total de alguns empreendimentos.
“Não tem solução para o que
estamos enfrentando, porque a gente faz tijolo pra vender e se não há vendas, o
setor para, entretanto, se você deixa de produzir porque não vende, o prejuízo
é ainda pior, isso é fato”, alarmou o sindicalista.
O polo cerâmico campista possui
120 indústrias, sendo que 114 são sindicalizadas.
No último dia 20, o governo
federal encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei com o mesmo teor da
Medida Provisória (MP) 669, devolvida ao Executivo no início do mês, propondo a
elevação das alíquotas da contribuição previdenciária de empresas.
A meta de crescimento do setor
deve ser reavaliada após o fechamento do desempenho de março, informou a
Abramat.
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