Itens estavam
abandonados em depósito da Secretaria Estadual de Saúde. Produtos vieram da Alemanha e podem ter custado até R$ 15 mil.
Itens fundamentais para cirurgias da
rede estadual de saúde estão abandonados dentro da Central Geral de
Abastecimento da Secretaria de Estado de Saúde, em Niterói, Região
Metropolitana do Rio. Sem uso, a maior parte dos 7,5 mil artigos cirúrgicos vai
acabar indo para o lixo. Entre o que será descartado estão próteses e órteses
de fêmur e quadril, além de cateter para cirurgia do coração e remédios para
HIV, como mostrou o RJTV deste sábado (23).
Avaliado em R$ 2 milhões pela
Secretaria de Saúde, todo o material encontrado no depósito da significa
evidente desperdício de dinheiro público, de acordo com Grupo de Saúde do
Ministério Público do Rio, que descobriu o estoque de produtos. Segundo
constataram os promotores do MP, os materiais são importados; muitos vieram da
Alemanha e chegam a custar R$ 15 mil. Essa semana o órgão fez uma
denúncia à delegacia de Niterói e a central de abastecimento foi interditada.
Alguns dos itens estavam vencidos há
cinco anos. Outros estão com data de validade bem próxima, março de 2015, por
exemplo. Uma das próteses de quadril encontrada durante a fiscalização do MP
venceu em dezembro de 2012. Todo o material está intocado e tem o selo da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Enquanto isso, alguns pacientes
esperam há meses por uma cirurgia para implante de prótese. É o caso da irmã de
Mônica, que está internada desde de 20 de novembro no Hospital Estadual Getúlio
Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio.
Como Mônica contou ao RJ, a irmã,
Simone, escorregou em casa, em Mesquita, na Baixada Fluminense, e não conseguiu
mais andar. Agora, Simone espera uma prótese de quadril. Mônica disse que já
procurou a ouvidoria do hospital e a Defensoria Pública. Ela conseguiu uma
liminar na Justiça para que a operação fosse feita, mas o hospital alega que
não há prótese para que a cirurgia seja feita. Também diz que não há previsão
de compra do item.
O secretário de saúde, Luiz Antônio
Teixeira Junior, considerou o desperdício lamentável e disse que irá abrir uma
sindicância para apurar quem é o responsável por deixar o material vencer. O
representante da pasta também informou que um levantamento de todo o material
estocado será feito. A reposta, porém, pode ter chegado tarde para Simone, que
há uma semana foi transferida para a unidade de tratamento intensivo do Getúlio
Vargas.
(G1 - Rio de Janeiro)
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