Ministro do Meio Ambiente participa da inauguração da
primeira etapa do projeto que vai fechar o maior lixão a céu aberto da América
Latina.
O Distrito Federal possui o maior lixão a céu aberto da
América Latina e segundo maior do mundo, atrás apenas de Jacarta, na Indonésia,
de acordo com dados da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, da
sigla em inglês para International Solid Waste Association).
O lixão da Estrutural, como é conhecido, fica na região
administrativa de mesmo nome, a 15 Km da Esplanada dos Ministérios, ocupa 2
milhões de metros quadrados e abriga cerca de 2 mil catadores de materiais
recicláveis.
Na manhã desta terça-feira (17/01), com a inauguração da
primeira etapa do Aterro Sanitário de Brasília foi dada a largada para o
fechamento do lixão, prevista para acontecer em meados de 2018, quando também
ficam prontos os sete galpões de triagem que vão abrigar os catadores.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Para o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, trata-se de
uma importante e marcante obra, que muda os rumos da política socioambiental do
DF.
O ministro, que é deputado federal licenciado, participou da
inauguração do aterro e lembrou de seu engajamento na defesa do meio ambiente e
como militante das agendas verde (floresta), azul (água) e marrom (urbana).
“Como coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, no Congresso, participei
ativamente das discussões que redundaram na aprovação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei nº 12.305/10, que ampara a construção do
aterro”, disse.
Ele reiterou o compromisso de sua gestão à frente do
ministério com a consolidação da PNRS, principalmente no que se refere ao papel
dos municípios. “O ministério voltou a ter recursos e por meio dos fundos
Nacional do Meio Ambiente e da Amazônia, pretende criar alguns critérios para
que os municípios possam acessá-los com o objetivo de implementar a sua gestão
de resíduos”.
O ministro participou da cerimônia acompanhado pelo
secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério, Jair Tannús,
da diretora de Ambiente Urbano, Zilda Veloso, e do gerente de Resíduos Sólidos,
Eduardo Rocha.
ATERRO DE BRASÍLIA
A obra tem a infraestrutura necessária para a disposição
final ambientalmente correta dos rejeitos (resíduos não recicláveis e não
compostáveis). Com 760 mil m², das quais 320 mil m² são área de aterramento, o
espaço tem previsão de vida útil de 13 anos, ampliada para 25, caso haja
redução da geração de rejeitos, melhoria da coleta seletiva e aumento da
compostagem dos orgânicos.
O solo é impermeabilizado e uma manta de proteção evita a
contaminação e a poluição do solo e da água, pelo chorume, que será escoado
para uma estação de tratamento de esgoto. Já os gases gerados serão captados
para queima ou geração de energia. A área é cercada e envolvida por uma barreira
vegetal.
Na
primeira fase de operação, o espaço receberá 900 toneladas de rejeitos por dia.
O material passará antes pela triagem dos catadores que atuam na Asa Sul, em
Ceilândia, Sobradinho e Brazlândia. Diariamente, são coletadas 2,8 mil
toneladas de resíduos no Distrito Federal.
SALTO CIVILIZATÓRIO
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, considerou a
inauguração da obra como um salto civilizatório, que marca o início da
transição que levará ao fechamento do lixão da Estrutural que, segundo ele,
incomoda e envergonha o país.
Rollemberg afirmou que todo o processo foi realizado em
diálogo com os catadores de materiais recicláveis que terão, em breve,
condições seguras, dignas e higiênicas de trabalho. “Nosso compromisso com os
catadores é histórico. Cerca de 900 profissionais já fazem parte do programa
Brasília Cidadã, que prevê o pagamento de uma bolsa de R$ 300 a R$ 900. Outros
1,2 mil também vão receber a compensação a partir de fevereiro.
A diretora do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal
(SLU), Heliana Katia Campos, disse que o problema socioambiental do DF, marcado
pela existência do lixão, tem na inauguração do aterro uma peça-chave para a
solução. Ela também destacou a parceria com os catadores e suas instituições
representativas e garantiu que até 2018 o lixão será fechado e as unidades de
triagem, inauguradas.
“O que acontece aqui hoje não é sobre lixo. É sobre
pessoas”, disse Antonis Mavropoulos, presidente da ISWA. Para ele, Brasília
inicia a solução de um problema que afeta todo o mundo. Ele afirmou que a
construção do aterro também sinaliza que o Brasil passa a cumprir as metas de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas
(ONU).
Para Mavropoulos, a inauguração do aterro mostra que a
vontade política é essencial para a resolução de questões difíceis. Ele
acredita na melhoria da qualidade de vida dos catadores que hoje tiram o
sustento na Estrutural. E afirma: “Hoje é um dia de celebração”.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227
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