Conheça
alguns dos perigos ao meio ambiente relacionados às podas de árvores
(indiscriminadas) nos centros urbanos.
>>> Podas de Árvores <<<
(1-imagem da internet*) |
A poda, na arborização urbana, visa
basicamente conferir à árvore uma forma adequada durante o seu desenvolvimento (poda de formação); eliminar ramos
mortos, danificados, doentes ou praguejados (poda de limpeza); remover partes da árvore que colocam em risco a
segurança das pessoas (poda de
emergência); e remover partes da árvore que interferem ou causam danos
incontornáveis às edificações ou aos equipamentos urbanos (poda de adequação).
A
poda de formação é empregada para
substituir os mecanismos naturais que inibem as brotações laterais e para
conferir à árvore crescimento ereto e à copa altura que permita o livre
trânsito de pedestres de veículos.
A
poda de limpeza é empregada para
evitar que a queda de ramos mortos coloque em risco a integridade física das
pessoas e do patrimônio público e particular, bem como para impedir o emprego
de agrotóxicos no meio urbano e evitar que a permanência de ramos danificados
comprometa o desenvolvimento sadio das árvores.
A
poda de emergência, a mais
traumática para a árvore e para a vida urbana, é empregada para remover partes
da árvore que colocam em risco a integridade física das pessoas ou do patrimônio
público ou particular.
A
poda de adequação é empregada para
solucionar ou amenizar conflitos entre equipamentos urbanos e a arborização. É
motivada pela escolha inadequada da espécie, pela não realização da poda de
formação, e principalmente por alterações do uso do solo, do subsolo e do
espaço aéreo.
A
substituição do uso residencial do solo com recuo da edificação pelo uso
comercial sem recuo da edificação, assim como o alargamento do leito carroçável
com redução da largura do passeio público e/ou do canteiro central, causou e
tem causado conflitos entre a nova situação e a arborização pré-existente.
Conflitos
semelhantes são estabelecidos com a instalação de redes aéreas e subterrâneas
em áreas já arborizadas, mudando assim o uso do subsolo e do espaço aéreo.
Deste
modo, a prevenção da poda de emergência somente em parte pode ser atingida com
o plantio adequado.
Para
maior alcance, é necessário um amplo planejamento da arborização, envolvendo a
observação das normas existentes e o adequado uso do solo, do subsolo e do
espaço aéreo.
[...] 1.4.1 - Espécies com repouso real
São espécies decíduas que entram em repouso
após a perda das folhas.
A melhor época para a poda é compreendida entre o início do período
vegetativo e o início do florescimento.
A época
em que a poda mostra-se mais prejudicial à planta é compreendida entre o
período de pleno florescimento e o de frutificação.
A poda irregular é considerada crime
ambiental de acordo com legislação federal.
Lei
federal 9.605/98
Decreto
federal 3.179/99
Medida
provisória 2.163-41/01
Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente
(Lei do Meio Ambiente, de Crimes Ambientais, da Natureza).
[...] IX - AVIFAUNA E PODA
Muitas vezes a nidificação das aves não é
equacionada durante o processo de poda das árvores. É importante lembrar que
pela Lei de Crimes Ambientais (lei 9605/98, art.29, x 1° incisos I e II), tanto
as aves silvestres quanto seus ninhos estão protegidos e, portanto, não podem
ser removidos. Dessa forma, o correto é evitar a poda das árvores que estiverem
sendo utilizadas para a reprodução das aves, salvo os casos de poda
emergencial, onde o manejo não pode ser adiado e seria plenamente justificado.
O período de reprodução das aves, no Brasil, é variável entre as espécies sendo
difícil fazer uma associação entre as estações do ano e o ciclo reprodutivo.
O
fator preponderante que condiciona a reprodução é a fartura de alimentação.
Para as aves insetívoras o início do período de chuvas é favorável pois aumenta
muito a quantidade de insetos.
O final da estação seca favorece os frugívoros.
O período de floração é ideal para os beija-flores. Granívoros são dependentes
da maturação das sementes.
A adaptação das aves às espécies vegetais faz com
que seus ciclos reprodutivos tenham um cronograma correspondente, isto é, o período
de floração, frutificação e amadurecimento dos frutos irá coincidir com o
período reprodutivo de muitas espécies de aves que se utilizam dos produtos da
espécie vegetal em questão.
O material para a construção dos ninhos também será
importante para algumas espécies. A paina, conseguida apenas em determinada
época do ano, é um material utilizado por beija-flores na construção do ninho.
A lama úmida é necessária na construção dos ninhos de João-de-barro (Furnarius
28 rufus), e esse material estará disponível após as chuvas.
No caso das aves
do Brasil a época reprodutiva é descrita geralmente como sendo entre setembro a
janeiro.
Para as aves do município de São Paulo foram observadas atividade de
construção de ninhos com três meses de antecedência nos meses de junho, julho e
agosto para o pombodoméstico (Columba livia), caracara (Poliborus plancus),
asa-branca (Columba picazuro), bentevi (Pitangus sulphuratus), Sanhaço-cinzento
(Thraupis sayaca), rolinha-caldo-de-feijão (Columbina talpacoti), tico-tico (Zonotrichia
capensis) e sebinho-relógio (Todirostrum cinerium).
Segundo a literatura
especializada, a maior atividade de reprodução concentra-se em outubro,
enquanto a menor ocorre em abril e maio.
Considerando a escassez de áreas
verdes na cidade onde a avifauna possa se abrigar, alimentar e reproduzir,
assim como a preocupação crescente da comunidade em relação as questões
ambientais, um planejamento da poda de árvores para o primeiro semestre,
principalmente para os meses de abril e maio, minimiza os impactos negativos
sobre as aves.
Para ter acesso ao Manual Completo de Podas de Árvores da Prefeitura de São Paulo
(click no link abaixo / Arquivo em PDF)
Fontes:
1- *Imagem da internet, meramente ilustrativa.
http://www.plantasonya.com.br/category/podas
http://www.plantasonya.com.br/category/podas
Referências:
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SASAKI, R.H.; POMPÉIA,
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SHIGO, A.L. Tree decay – an expanded concept. Washington, USA, USDA, Forest Service. Bulletin number 69, 72p. 1979.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO \ Eletropaulo \ Guia de Arborização Urbana. Eletropaulo S/A .
PREFEITURA DO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO \ Manual Técnico de Arborização Urbana . Secretaria Municipal do
Verde e do Meio Ambiente.
SICK, H. Ornitologia
Brasileira. Edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco. Editora Nova
Fronteira. Rio de Janeiro - RJ, 1997.
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