Disputa derruba projeto de R$
100 milhões e põe na pauta compra de prédio de R$ 250 milhões.
CONSTANÇA REZENDE
Rio - Entre discussões sobre
projetos de leis, crise econômica do estado e demandas da população, um tema
tem tomado boa parte das pautas das discussões dos deputados da Assembleia
Legislativa do Rio: onde ficará o novo prédio da casa.
Alegando custo alto, o presidente da Alerj, Jorge
Picciani (PMDB), jogou fora o projeto de seu antecessor, Paulo Melo, de
construir uma nova sede na Cidade Nova, orçada em cerca de R$ 100 milhões, que
abrigaria, além do plenário, os gabinetes dos deputados.
Em troca, lançou a ideia de comprar o Edifício
Serrador, na Cinelândia, avaliado pelo Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro
(Secovi Rio), em R$ 250 milhões. Mas o prédio só receberia os gabinetes. O
plenário permaneceria no Palácio Tiradentes.
A única coisa certa é que o atual Prédio Anexo,
onde ficam os gabinetes dos deputados, será demolido, para a revitalização da
Praça 15.
A proposta de comprar o Edifício Serrador, feita
por Picciani, não conseguiu apoio total dos 13 deputados da Mesa Diretora na
primeira reunião para debater o assunto, na última quinta-feira. O maior
problema é a distância que o plenário ficaria do Edifício Serrador. O prédio
era alugado pelo Grupo EBX, de Eike Batista, por R$ 2,3 milhões ao mês. O
empresário deixou o local devido a sua crise financeira.
Na proposta de Melo, um novo plenário seria
construído na Cidade Nova, e o Palácio Tiradentes viraria um museu. Uma praça
seria construída para a população ver as sessões legislativas em um telão. O
terreno seria doado pelo estado à Alerj e a obra levaria dois anos. Somente a
elaboração do projeto custou R$ 1,5 milhão, pagos à empresa Arqhos.
O vice-presidente da Secovi, Leonardo Villar
Schneider, atribui diferença entre os preços à valorização dos terrenos: “A
Cidade Nova ainda é um local pouco valorizado, comparado com a Cinelândia. O
Serrador é mais bem localizado e em breve terá o VLT na porta.”
Picciani pediu ajuda do prefeito Eduardo Paes para
comprar o Serrador, mas não obteve sucesso.
Como argumento, ele diz que a transferência para a Cinelândia seria uma medida mais rápida em relação à construção de uma nova sede. “O prédio passou recentemente por uma reforma e está todo novo. Não teríamos gastos a mais”, explica.
Para o deputado Luiz Paulo (PSDB), que alegou
desconhecer a diferença entre os preços, a transferência para o Serrador não
seria a solução ideal. “O melhor é o plenário ser mais perto dos gabinetes. Mas
os deputados poderão usar, por exemplo, o VLT para se deslocar até lá a partir
do Palácio Tiradentes”, disse.
Anexo vai ser demolido para as obras de
revitalização da Praça 15
Doado em 1975 à Alerj, o futuro do Prédio Anexo também virou polêmica na Assembleia. Os deputados criticam a falta de estrutura do edifício, que não comporta os 70 gabinetes. Porém, para entregar o local para o prefeito Eduardo Paes, que vai derrubá-lo, o presidente da Alerj quer cobrar ressarcimento pelo imóvel.
Doado em 1975 à Alerj, o futuro do Prédio Anexo também virou polêmica na Assembleia. Os deputados criticam a falta de estrutura do edifício, que não comporta os 70 gabinetes. Porém, para entregar o local para o prefeito Eduardo Paes, que vai derrubá-lo, o presidente da Alerj quer cobrar ressarcimento pelo imóvel.
A medida foi sugerida por Picciani, segundo
informações de bastidores, sob alegação de que Paes não se empenhou para ajudar
a Alerj a adquirir uma nova sede. Já nos bastidores da prefeitura, Paes teria
dito que Picciani tem reclamado de barriga cheia, já que a Alerj possui três
prédios, contando com o da Rua da Alfândega, que abriga escritórios
administrativos da Alerj.
O Prédio Anexo, ou no Palácio 23 de Julho, passou
para a Alerj na fusão do Estado da Guanabara com o antigo Estado do Rio. O
local abrigava o Ministério dos Transportes.
A ideia de derrubar o prédio faz parte da vontade
de Paes de transformar a Praça 15, um dos marcos da História da cidade, em um
visual mais atrativo. Sem o edifício, que tem construção moderna, os prédios
históricos se destacariam.
Quando Paulo Melo presidia a Alerj, os deputados
também chegaram a cogitar comprar o prédio da Bolsa de Valores, mas ele
considerou alto o valor pedido: R$ 500 milhões.
Um prédio vizinho ao Terminal Menezes Cortes também
foi analisado, porém acabou sendo comprado pela iniciativa privada.
Fonte: O Dia
http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-03-28/o-dilema-da-nova-sede-da-alerj-continua.html
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