Contato

Contato

quarta-feira, 15 de abril de 2015

AS MOVIMENTAÇÕES JÁ VISAM 2016

A matemática do deputado Rodrigo Coelho (PT).

(imagem da internet)
O deputado estadual Rodrigo Coelho (PT) traça uma estratégia perfeita: sair do partido que sofre um desgaste de nível nacional, ingressar em uma nova sigla e garantir o seu mandato, e a partir daí conseguir o apoio do governador Paulo Hartung (PMDB) e os partidos que orbitam em torno dele para sua candidatura a prefeito no ano que vem (DEM, PSDB, PDT, além do próprio PT e PMDB).
Equação perfeita e uma construção genial. Mas na política 2 + 2 nem sempre é igual a 4. Ao fazer essas amarrações “por cima”, Rodrigo corre um grande risco: ficar sozinho.
É bem verdade que ele tem a faca e o queijo na mão, mas ainda não é a bola da vez. Relembremos os fatos: Rodrigo foi secretário de governo do prefeito Carlos Casteglione (PT), que mobilizou a prefeitura inteira, inclusive seus dois primeiros anos de gestão, para conseguir emplacar o seu sucessor na Assembleia Legislativa. Sem sucesso. Rodrigo ficou com a suplência e assumiu, logo depois, a Secretaria Estadual de Assistência Social.
Como secretário estadual, desenvolveu sua forma de fazer política e no ano passado conseguiu ser eleito deputado estadual. Em Cachoeiro de Itapemirim, no entanto, não chegou aos 10 mil votos. Muito menos que os quase 30 mil de Theodorico Ferraço (DEM), numa situação sem Glauber Coelho, cotado para ser o mais votado. Os eleitores de Glauber não migraram para Rodrigo e seu desempenho acabou sendo pífio numa conjuntura totalmente favorável.
Ou seja: Rodrigo não se consolidou como liderança em Cachoeiro de Itapemirim. E pior: diz a boca miúda que a votação que teve foi sozinho, sem ajuda do PT ou do prefeito Casteglione. Na verdade, reza a lenda que ele até acredita que se não fosse os dois, PT e prefeito, ele até conseguiria mais votos do que teve. Mero engano, mas cada um sabe do potencial que tem.
Ao tentar se construir sozinho e ser maior que o partido que o elegeu deputado pelas beiradas, Rodrigo comete um erro crasso. Primeiro: confiar no governador Paulo Hartung. Segundo: semear na militância petista indignação contra ele. E terceiro: menosprezar possíveis adversários seus numa eventual disputa para prefeito.
Paulo Hartung é um político pragmático. Enquanto o sujeito lhe for útil, será utilizado a seu bel prazer. Quando começarem a sair pesquisas de intenção de voto e o nome de Rodrigo não aparecer com toda essa vantagem que parece que tem, Hartung não irá ter dúvidas em substituir o seu candidato em Cachoeiro de Itapemirim. Se existe acordo hoje, amanhã pode não existir mais. Porque é assim mesmo que funciona. Nenhum combinado é para sempre. Afinal, pra sempre é tempo demais.
Quando os boatos de que Rodrigo sairia do PT começaram a ganhar força, inclusive com A Tribuna e A Gazeta noticiando essa possível saída, o seu posicionamento foi o mais peemedebista possível: “não sei. Recebi convites. Mas não há ferramentas legais para que isso aconteça, porque perco meu mandato”. Ou seja, não disse com firmeza que fica no PT. Pelo contrário, deu a entender que se houver uma maneira de sair e não perder o mandato, ele o faria.
Se ele esperava que a militância fosse suplicar para que ficasse, ou fosse correndo atrás dele pedindo sua permanência no PT, deu com os burros n’água. A reação foi justamente a contrária: “quer sair? Vá de uma vez”. E nessa, ele fica numa sinuca de bico. Primeiro porque tem vários indicados trabalhando na prefeitura de Cachoeiro que são do PT. Se essas pessoas eventualmente deixam o partido com ele, perdem seus empregos.
O PT não aliviou para ele. Pelo contrário. Trataram de se articular novamente, colocando o vereador Professor Léo como presidente do partido em Cachoeiro, com o aval do prefeito Carlos Casteglione. Professor Léo, inclusive, teve mais de 12 mil votos em Cachoeiro na última eleição, superando Rodrigo Coelho. A lógica, ao que parece, seria a seguinte: Casteglione junto a Professor Léo seriam facilmente mais fortes que Rodrigo Coelho. Água no chopp do deputado.
Além disso, Rodrigo enfrenta uma resistência no mercado político cachoeirense, até porque não é natural de Cachoeiro. É de Bom Jesus do Norte. Vereadores bons de voto como Wilson Dillen, Jonas Nogueira, Braz Zagotto, Rodrigo Enfermeiro, Alexandre Bastos, Julio Ferrari, Amaral, Tereré, entre outros, não o vêem como um nome natural para a prefeitura.
Nada impede que ele seja candidato a prefeito em 2016. Pode ser. Mas as maiores lideranças de Cachoeiro de Itapemirim continuam sendo os velhos caciques Theodorico de Assis Ferraço (DEM), Roberto Valadão (PMDB) e José Tasso, principalmente após a péssima gestão de Carlos Casteglione (PT) e o falecimento de Glauber Coelho (PSB). Sem a benção destes líderes, sua equação poderá chegar a um resultado insatisfatório e sua genialidade impedir com que enxergue o óbvio. Quando isso acontece, normalmente, o final é desastroso.
Redação Folha do ES

*imagem da internet, meramente ilustrativa:
http://www.folhadoes.com/noticia/2015/01/17/entrevista---deputado-rodrigo-coelho.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário