O ministro-chefe da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Pepe Vargas, disse
hoje (7) que o esforço para combater a violência contra negros deve partir de
todos. “Temos que ter um esforço conjunto, do governo federal, dos governos
estaduais e municipais, da sociedade para combater todas as formas de
discriminação e preconceito”, disse ele durante debate sobre o relatório Índice
de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014. Para o
ministro, é preciso avançar mais também na garantia de direitos da população.
O relatório foi lançado na manhã desta quinta-feira, e traz dados sobre
a vulnerabilidade dos jovens brasileiros à violência.
Mostra que os jovens negros, entre 12 e 29 anos, correm mais riscos de
exposição à violência do que um jovem branco da mesma idade. Os negros correm
risco 2,5 vezes maior de serem assassinados.
O estudo divulgado é uma parceria
entre a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, o Ministério da Justiça e a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil.
De acordo com Pepe Vargas, o
papel da secretaria é de "formular, propor políticas, assessorar a
Presidência da República, monitorar essas questões, mas também articular os
diversos órgãos federais, estaduais e municipais para que, conjuntamente, produzam
políticas públicas para enfrentar essa questão”.
Para Vargas, o relatório
apresentado coloca para os gestores e para a sociedade elementos importantes de
reflexão sobre as políticas de combate à criminalidade. “Também colocam um
componente territorial, à medida em que consegue apresentar onde a violência
foi reduzida e onde tem que melhorar”, acrescentou. Sobre o estado de Alagoas,
que tem o índice mais alto de violência e desigualdade racial – onde os jovens
negros estão mais vulneráveis –, o ministro disse que o governo local demonstra
disposição para enfrentar o problema.
O debate teve participação
também do secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina, que destacou a
importância do relatório para que as políticas públicas cheguem aos locais mais
necessitados. Medina explicou que é preciso olhar não só para as cidades e
municípios, mas também para todas as localidades mais vulneráveis. “Quando a
gente olha para estes diagnósticos, obviamente temos que olhar os municípios
que nos chamaram a atenção, e, nos municípios, olhar para os territórios nos
quais temos que priorizar investimentos para reduzir as vulnerabilidades”,
explicou.
A diretora da área
Programática da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, disse que a discriminação e
vulnerabilidade diagnosticadas no relatório mostram o perfil do jovem exposto à
violência. Ela se referiu aos componentes do indicador, que levam em
consideração dados de 2012, em cinco categorias: mortalidade por homicídios,
mortalidade por acidentes de trânsito, frequência à escola e situação de
emprego, pobreza no município e desigualdade. Para ela, ao identificar os
números é possível ter políticas mais efetivas.
“Identificar que essas mortes
têm cor, raça, têm uma geografia – que são as favelas, os territórios
conflagrados –, que têm uma escolaridade – que são os jovens de baixa
escolaridade –, contribuem para que o desenho das políticas seja mais eficaz e
mais efetivo”, ressaltou Marlova.
SAIBA
MAIS:
Criado em 07/05/15
21h46 e atualizado em 07/05/15 22h08
Por Michèlle Canes Edição:Stênio Ribeiro
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário