Conservatória é um
distrito de Valença, no sul do Rio de Janeiro, que recebe músicos e
turistas para relembrar as canções dolentes que foram consagradas
principalmente na era de ouro do rádio.
Há 137 anos, os
moradores saem pelas ruas tocando e cantando, de acordo com a tradição iniciada
por professores de música que viveram ali. A fama das serenatas se espalhou e
vieram os visitantes, que acompanham os músicos pelos principais pontos da
vila, todos os fins de semana. As casas do povoado são identificadas por
plaquinhas com nomes de músicas e seus compositores.
As serenatas à moda
antiga, na janela das amadas, está na lembrança dos músicos locais, comoPedro
Quinane, Adilon Raposo e Edgard Vilela, que contam tanto
histórias de amor, como anedotas divertidas em torno dessa tradição.
O musicólogo Ricardo
Cravo Albin, um dos mais reconhecidos estudiosos da Música Popular
Brasileira, declara-se fã de Conservatória. Para Albin, é a única cidade do
Brasil “que definiu-se por uma referência específica: a música da seresta. É a cidade
da seresta, é a nomeação de Conservatória.”
A serenata é
o principal evento, mas outros movimentos musicais convivem no distrito:
apresentações de seresteiros na Casa de Cultura, choro na praça, saraus em
casas particulares e pousadas, a solarata, cantada aos domingos de manhã na
despedida dos visitantes, e projetos para ensinar os jovens do lugar.
Aproveitando a
visita à Conservatória, o programa percorre a história das serestas, serenatas
entrevista músicos para saber como o gênero musical evoluiu no país. Para o
cantor Agnaldo Rayol, “a seresta mexe com o coração de todo mundo.
Até hoje, quem tem sentimento, quem tem amor no coração, com certeza se comove
com uma seresta.”
Outro que declara
ter saído de um baú de seresteiros é Renato Teixeira, autor de Romaria,
para quem “a seresta está no DNA dos brasileiros para sempre”. O músico
paulista destaca a importância de Conservatória para preservar a seresta
antiga.
“É, principalmente,
uma coisa do futuro, que faz a MPB cada dia mais bonita, nessa capacidade que
ela tem de emocionar.”
Reportagem: Ana
Graziela Aguiar
Imagens: Rogério
Verçosa
Auxiliar
técnico: Alexandre Souza
Produção: Beatriz
Abreu e Mariana Fabre
Apoio à
produção: Kamila Braga e Ingrid Melo
Arte: Antônio
Trindade
Edição de
texto: Ana Maria Passos
Edição de
imagem e finalização: Henrique Corrêa
Caminhos da
Reportagem/Conservatória/cidade da
seresta/Ricardo Cravo
Albin/Agnaldo Rayol/Renato Teixeira
TV BRASIL
EBC
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