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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Telefones do governo do Rio ficam mudos por falta de pagamento.


As linhas telefônicas dos setores administrativos do Estado do Rio foram cortadas pela operadora Oi por falta de pagamento.



(imagem meramente ilustrativa - Google Imagens)


É mais uma consequência da grave crise que atinge o governo nos últimos meses. O corte foi feito em alguns setores das áreas da Educação e da Saúde, por exemplo, mas não houve desligamento de linhas de serviços essenciais como escolas, hospitais e unidades de polícia. Deixaram de funcionar telefones e internet da Secretaria de Planejamento e Gestão, da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio (Proderj), entre outros setores.

Até mesmo alguns secretários ouvidos pela coluna tiveram os telefones dos gabinetes cortados. Servidores não conseguem fazer ligações externas em seus ambientes de trabalho, somente internas. Houve casos em que as linhas funcionaram somente para receber chamadas. Em algumas áreas da Educação os telefones estão mudos há mais de sete dias. Em nota, a Oi informou que “cortou algumas linhas telefônicas e links de dados que atendem áreas administrativas do governo do Estado do Rio de Janeiro por falta de pagamento. A companhia mantém o funcionamento de telefones de serviços essenciais”.

Questionado pela coluna, o governo divulgou que foi surpreendido pela informação do corte: “A Secretaria de Estado de Fazenda não foi informada, oficialmente, pela empresa Oi, de qualquer desligamento de telefones ou suspensão de serviços de dados em secretarias ou órgãos do governo estadual. A nota veiculada pela empresa surpreendeu o corpo técnico da Secretaria de Fazenda, que está fazendo levantamento dos débitos do governo com a Oi e, também, dos débitos da empresa com o governo”.

VÁRIAS TENTATIVAS

Há meses o governo vem negociando com a Oi o pagamento das contas de telefone que estão atrasadas. A surpresa veio com o corte mesmo durante o processo de acordo. Apesar de o corte pela falta de pagamento atingir diversas áreas administrativas do estado, os telefones do Palácio Guanabara e da Secretaria de Fazenda não foram cortados.

ÁREAS PRIORITÁRIAS

A queixa entre o funcionalismo foi grande, uma vez que desde segunda-feira alguns servidores não conseguem dar prosseguimento aos trabalhos. Falta conexão à internet em alguns setores, o que tem prejudicado a execução de algumas tarefas. “Nem todas as áreas foram cortadas, assim vemos o que é prioridade para o estado”, desabafou uma servidora.

R$ 128 POR ESCOLA

Atualmente, a conta de telefone de uma escola estadual é R$ 128. Em 2014, estas contas representaram um gasto de R$ 2,2 milhões. Para este ano a estimativa é de R$ 1,8 milhão. Já o total gasto com pacote de dados, que inclui internet móvel, foi de R$ 35 milhões em 2014 e será de R$33 milhões em 2015.

25 MIL LINHAS 

Os dados foram apresentados ontem na Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). Atualmente, o estado tem 25 mil linhas telefônicas. Em 2015, o estado já gastou R$ 90,4 milhões com telefonia móvel e internet. A Educação informou que reduziu 25% os serviços de voz com telefonia.

RENEGOCIAÇÃO

O subsecretário de gestão da Casa Civil, Silvio Mantuano, informou na audiência da Comissão de Orçamento da Alerj que o Estado do Rio tem feito o “dever de casa”: “Reduzimos em torno de 20% o número de linhas fixas e renegociamos com as operadores débitos em atraso entre 2012 a 2014”.

AINDA SEM PREVISÃO

Os servidores públicos das áreas administrativas não receberam previsão das chefias de quando os telefones voltarão a funcionar. Antes da nota enviada pela operadora Oi à coluna, a Secretaria Estadual de Fazenda informou até então desconhecer os cortes nas linhas telefônicas dos órgãos públicos.

SEGURANÇA PÚBLICA

Servidores da área de Segurança Pública estão temerosos com a possibilidade de não haver mais aumento em 2016, mesmo que para isso fosse necessário derrubar a lei em vigor. Procurado, o Palácio Guanabara informou que isso não é cogitado pelo governador Pezão.


Por Alessandra Horto / Postado por Coluna do Servidor às 10:50 pm 


(O DIA)




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