Se você tem voo marcado para a noite de segunda-feira
(14) no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, reserve alguns minutos para
observar as aeronaves taxiando pela pista. Entre elas estará o Antonov An-225
Mriya, o maior avião do mundo, único do seu modelo, dedicado ao transporte de
cargas de grandes proporções.
O gigante pousa em Viracopos, em Campinas, na manhã da segunda e
só à noite chega a Guarulhos, onde será carregado com um transformador de 155
toneladas que vai tirar uma cidade chilena inteira da escuridão. Segundo o
aeroporto, esta será a maior carga já transportada na história da aviação
brasileira e a segunda no mundo.
O pouso do Antonov não afeta a operação regular do aeroporto,
mas requer cuidados especiais. “Tivemos de redesenhar o pátio, já que a
operação de carregamento deve ocupar o espaço de sete aeronaves”, explica o
comandante Miguel Dau, diretor de Operações da GRU Airport, concessionária do
aeroporto que em 2015 passou por obras de alargamento das pistas para receber
aviões de grande porte, como o An-225 e o Airbus A380, o maior avião de passageiros
do mundo. Sem a reforma, a única alternativa seria transportar o transformador
pelo mar – as estradas dos Andes não comportariam um caminhão grande o
suficiente. A operação será transmitida pelo Facebook da concessionária.
Assim como aconteceu quando a Emirates voou de Dubai para
Guarulhos com o A380, a chegada do Antonov deve atrair curiosos apaixonados por
aviação. Sem acesso às áreas restritas, observadores como Douglas Barbosa, de
25 anos, se encontram às margens do aeroporto para assistir ao pouso. “É um
momento único que atiça a curiosidade até de quem não é aficionado por
aviação”, diz o assistente administrativo, que organiza eventos de observação
pelo País e deve acompanhar o pouso do An-225 em Viracopos. “Ver o Antonov de
perto vai ser surreal. Ele é o ápice da aviação. É inacreditável que algo tão
grande possa voar.”
Além do Antonov, outros aviões icônicos também devem passar por
Guarulhos amanhã, como o Boeing 757 da banda Guns N’ Roses, o trijato MD-11F,
cuja versão de passageiros era usada pela Vasp em voos intercontinentais, e o
também soviético Ilyushin IL-96, num voo fretado da Cubana de Aviación.
“Eventos assim consolidam a imagem do aeroporto como uma opção cargueira e
provam uma capacidade de flexibilidade operacional para receber qualquer tipo
de operação”, explicou o comandante Dau.
Herança Soviética
Durante a Guerra Fria, enquanto os americanos transportavam o
Space Challenger num Boeing 747 de 1966 e adaptado pela Nasa, os soviéticos
desenvolveram seu próprio gigante para carregar o ônibus espacial Buran pelos
ares. Foi aí que, em 1988, surgiu o primeiro e até hoje único exemplar do
An-225 Mriya.
Após a queda da União Soviética e o cancelamento do seu programa
espacial, o An-225 sucumbiu por anos em um cemitério de aviões na Ucrânia. Só
em 2001 um grupo de empresários russos decidiu reformá-lo.
Postado em 13/11/2016 por marianazylberkan
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