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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Bicentenário de morte de Aleijadinho é celebrado nesta terça-feira

O mestre da arte barroca brasileira morreu em Ouro Preto.
Vida do artífice é cercada de mitos e mistérios.

Cíntia Paes *Do G1 MG

Cena da Paixão de Cristo, no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (Foto: Pedro Ângelo/G1)Cena da Paixão de Cristo, no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (Foto: Pedro Ângelo/G1)

Antônio Francisco Lisboa, artífice, nascido de pai português e mãe escrava forra [escrava liberta por carta de alforria] no século XVIII em Minas Gerais, criador de esculturas em madeira e pedra-sabão, mestre, pai, mundialmente conhecido como Aleijadinho.
Mestre Aleijadinho, um dos mais importantes nomes da arte barroca brasileira, tem nesta terça-feira (18) a celebração de 200 anos de sua morte. Enterrado em 1814 na Matriz Nossa Senhora da Conceição em Antônio Dias, bairro de Ouro Preto, o artista barroco marcou a história da arte no Brasil e no mundo.
Com trabalhos em madeira e pedra-sabão, o mestre deixou como legado importantes obras religiosas que ornam igrejas de várias cidades brasileiras. Uma das que mais se destaque é o conjunto do Santuário do Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas, onde estão os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão e os passos da Paixão de Cristo. O conjunto foi elevado pela Unesco a Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1985.
“Foi um homem que sempre se dedicou à produção do belo, sempre esmerou para fazer o melhor de si, mesmo com as diversidades de suas limitações, da sua doença. É um personagem fantástico, que de fato existiu e produziu muito, mas que há necessidade de pesquisas científicas sérias, mais aprofundadas, para que possamos melhor compreendê-lo”, disse o coordenador da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico do Ministério Público de Minas Gerais, Marcos Paulo Souza de Miranda, também estudioso da vida de Aleijadinho.
Desconstrução do mito
O promotor Marcos Paulo Souza de Miranda, estudioso da vida e da obra de Aleijadinho, diz que é possível desmitificar vários aspectos sobre a vida do artífice com pesquisas recentes.
Ele participou da Inconfidência Mineira?

Apesar de ser contemporâneo do movimento da Inconfidência [ou Conjuração] Mineira, acontecida em 1789, os pesquisadores não confirmam qualquer participação de Aleijadinho.
Ele teve ligação com a maçonaria?

Alguns estudos mais desatualizados chegaram a levantar a hipótese de Aleijadinho ter imprimido, em sua obra, ícones da maçonaria, mas nada disso é confirmado por pesquisadores atuais.



Aleijadinho era antissocial?


Segundo o promotor Marcos Paulo de Miranda, não. Essa áurea sombria criada sobre o mestre não é confirmada pelos relatos históricos.  

“Ao contrário do que se apregoava até então, que Aleijadinho vivia às ocultas, às sombras, não. Ele tinha uma religiosidade muito forte e um grau de relação social enorme em Vila Rica. Ele fez parte da Irmandade de São José, fez parte da Irmandade da Boa Morte, que eram duas irmandades conceituadas em Vila Rica, e com um relacionamento social muito forte”, diz promotor.


Aleijadinho  realmente produziu todo o acervo a que lhe é atribuído?


Na verdade, sim. Como costume na época, Aleijadinho mantinha uma oficina, com empregados e aprendizes. Esta equipe aprendeu os detalhes da talha e da criação do mestre, sendo capazes de reproduzir, e portanto produzir, à exatidão as peças do mestre. O trabalho da oficina explica o grande volume de peças, igrejas, ornamentações atribuídas a Aleijadinho.


O que ainda não se sabe

Uma pintura que é considerada a “fotografia” de Aleijadinho, exposta no Museu Mineiro, em Belo Horizonte, ainda levanta dúvidas sobre como o mestre convivia com a doença que o deixou desforme.

“Em uma radiografia que foi feita deste quadro em 1965, na França, foi descoberto que a mão esquerda de Aleijadinho, que no quadro aparece debaixo do capote, houve uma repintura. Ou seja, o quadro original, de acordo com o raio-x, Aleijadinho teria a sua mão esquerda para fora do casaco e envolta em uma bandagem. Isso levanta uma hipótese: será que o aleijão se resumiria tão somente à mão esquerda, e que ao se deparar com essa pintura, segundo [primeiro biógrafo Rodrigo] Bretas, ele não gostava de ter suas deformidades observadas por terceiros, então teria pedido para esconder a mão defeituosa? Não sabemos”, diz o promotor***
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