Este
ano o país terá um período difícil e vai ser obrigado a pagar um preço alto
pela energia que consume. Os reservatórios continuam abaixo do desejado, com
apenas cerca de 30% de sua capacidade, o que é muito pouco para esta época do
ano, quando deveriam estar acima dos 50%.
A
opinião é do diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, que participou nesta
terça-feira (28), no Rio, do 3º Congresso Brasileiro de CO², organizado pelo
Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP), no Hotel Windsor
Atlântica, em Copacabana. O encontro tem como tema Desafios e Estratégias
do CO² no Cenário Brasileiro e Mundial.
Na
avaliação do ex-presidente da Eletrobrás, houve problemas de gestão na questão
da administração da crise hídrica e, por isto, os reservatórios encontram-se
bem abaixo do desejado para esta época do ano. Ele considera que não há
alternativa para 2015. As térmicas vão continuar operando na base ao longo do
ano porque o governo demorou muito para colocá-las em operação. “Se tivéssemos
ligado as térmicas dois anos antes, poderíamos estar usando melhor as usinas
nestes últimos meses, e ainda teríamos os reservatórios em melhores condições”.
A
situação é ainda mais complexa do ponto de vista climático, porque há uma
tendência do crescimento do consumo de energia decorrente do aumento de renda
da população, o que faz aumentar também a emissão de CO2. “Temos que dar mais
atenção ao setor de energia e estamos um pouco na contramão, porque a
hidroeletricidade não é suficiente [para atender a demanda] e a complementação
térmica tem crescido muito com a utilização de usinas que não são eficientes”.
Além
das usinas térmicas serem usadas na base quase que permanentemente, há ainda,
segundo o diretor da Coppe, o agravante do erro na política de preço da
gasolina, o que afetou o setor de biocombustíveis. O etanol foi deixado um
pouco de lado no mercado de combustíveis, o que contribuiu para o aumento da
emissão de gás carbônico. Para o diretor, não há como resolver o problema de
aumento da emissão de CO² que vem ocorrendo nos últimos dois anos, porque o
país precisa continuar usando as usinas térmicas operando na base.
“Geramos
muita termoeletricidade. A emissão [de CO²] aumentou nos últimos dois anos
porque usamos usinas a óleo diesel. gás natural, combustível e carvão vegetal,
que tomaram parte do espaço da hidro. O Brasil gerava 80% de sua energia a
partir da hidro e hoje gera apenas 70%. Aliado a isso, a política do preço da
gasolina tornou o produto mais barato e o consumidor acabou abandonando o carro
flex, o que aumentou o nível de emissão em cerca de 20% nos últimos dois anos”.
Editor Maria Claudia
Criado em 28/04/15 16h09
Por Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil Edição:Maria Claudia
Por Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil Edição:Maria Claudia
Fonte:Agência Brasil
* imagem da internet, de caráter meramente ilustrativo
economia.ig.com.br
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