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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Caminhos da Reportagem visita Conservatória (RJ), terra da seresta e da serenata.




Conservatória é um distrito de Valença, no sul do Rio de Janeiro, que recebe músicos e turistas para relembrar as canções dolentes que foram consagradas principalmente na era de ouro do rádio.
Há 137 anos, os moradores saem pelas ruas tocando e cantando, de acordo com a tradição iniciada por professores de música que viveram ali. A fama das serenatas se espalhou e vieram os visitantes, que acompanham os músicos pelos principais pontos da vila, todos os fins de semana. As casas do povoado são identificadas por plaquinhas com nomes de músicas e seus compositores.
As serenatas à moda antiga, na janela das amadas, está na lembrança dos músicos locais, comoPedro Quinane, Adilon Raposo e Edgard Vilela, que contam tanto histórias de amor, como anedotas divertidas em torno dessa tradição.
O musicólogo Ricardo Cravo Albin, um dos mais reconhecidos estudiosos da Música Popular Brasileira, declara-se fã de Conservatória. Para Albin, é a única cidade do Brasil “que definiu-se por uma referência específica: a música da seresta. É a cidade da seresta, é a nomeação de Conservatória.”
serenata é o principal evento, mas outros movimentos musicais convivem no distrito: apresentações de seresteiros na Casa de Cultura, choro na praça, saraus em casas particulares e pousadas, a solarata, cantada aos domingos de manhã na despedida dos visitantes, e projetos para ensinar os jovens do lugar.
Aproveitando a visita à Conservatória, o programa percorre a história das serestas, serenatas entrevista músicos para saber como o gênero musical evoluiu no país. Para o cantor Agnaldo Rayol, “a seresta mexe com o coração de todo mundo. Até hoje, quem tem sentimento, quem tem amor no coração, com certeza se comove com uma seresta.”
Outro que declara ter saído de um baú de seresteiros é Renato Teixeira, autor de Romaria, para quem “a seresta está no DNA dos brasileiros para sempre”. O músico paulista destaca a importância de Conservatória para preservar a seresta antiga.
“É, principalmente, uma coisa do futuro, que faz a MPB cada dia mais bonita, nessa capacidade que ela tem de emocionar.”

Reportagem: Ana Graziela Aguiar
Imagens: Rogério Verçosa
Auxiliar técnico: Alexandre Souza
Produção: Beatriz Abreu Mariana Fabre
Apoio à produção: Kamila Braga e Ingrid Melo
Arte: Antônio Trindade
Edição de texto: Ana Maria Passos
Edição de imagem e finalização: Henrique Corrêa


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