Apenas 140 caracteres para falar tudo
o que você precisa. Impossível? Nada disso. Essa missão ganha cada vez mais
adeptos no Twitter, rede social que neste 21 de março completa 10 anos e
carrega uma história que revolucionou a maneira de transmitir informações pela
internet.
A
rapidez e praticidade para publicar mensagens fizeram com que, no decorrer da
última década, o Twitter se consolidasse como uma ferramenta para ativismo,
sendo utilizada para reunir grupos de fãs, torcidas e até mesmo movimentos
sociais. A hashtag, mecanismo que na rede funciona como um link para agregar
conteúdo de mesmo assunto, no início reunia dicas de músicas às segundas-feiras
com o #MusicMonday, e convidava os usuários a indicarem perfis interessantes às
sexta-feiras, com o #FollowFriday.
Com o tempo, a hashtag passou a ser usada por outras redes sociais, como
o Facebook e o Instagram, e se tornou uma forma de mobilização em
manifestações e campanhas, como a brasileira #VemPraRua, que se popularizou em
junho de 2013, aquelas que durante as eleições tinham os nomes dos candidatos
acompanhados de seus números, ou a #OiOiOi, que fazia referência à música de
abertura da novela Avenida Brasil, transmitida em 2012, que provocou grande
movimentação entre os adeptos aos tuítes.
Em
escala mundial, recentemente se destacaram também #LoveWins, lançada após a
aprovação do casamento homoafetivo nos EUA e usada como arma de combate à
homofobia, #BlackLivesMatter, em protesto contra a morte de negros pela polícia
nortena, e #PrayForParis, que se popularizou como forma de enviar solidariedade
aos franceses após os atentados em Paris, em novembro de 2015.
Em
comemoração à primeira década de funcionamento, hoje o perfil oficial do
Twitter publicou um vídeo em que relembra algumas dessas hashtags e a difusão
de informações pela rede nos últimos anos:
Evolução
Segundo
a pesquisadora e autora do livro "A conversação em rede", Raquel
Recuero, a hashtag é uma ferramenta antiga, mas ganhou força com a apropriação
do Twitter. "No caso específico do Twitter, ela surgiu principalmente com
a função contextual, de agregar determinado tipo de conteúdo e possibilitar que
o acesso a conversação. Mas hoje tem inúmeras outras funções",
explica.
Para Raquel, a
influência do Twitter começa na simples troca de mensagens e se desdobra até
atingir outros veículos de comunicação: "o Twitter também tem um papel
muito importante no ecossistema de mídia como influência em outros canais, como
o próprio Facebook e até mesmo a televisão", diz. Os números confirmam: de
acordo com informações de uma pesquisa do Conecta, do Ibope Inteligência,
divulgada em 2015, 88% dos brasileiros navegam na internet enquanto assistem à
televisão; 72% utilizam as redes sociais e 17% navegam na internet ao mesmo
tempo em que veem TV para comentar e interagir com outros usuários sobre que
está sendo transmitido.
A facilidade para coletar dados no
Twitter é um ponto positivo também para os profissionais que estudam opinião e
comportamento de usuários. "O Twitter é um dos sites de rede social mais
abertos para a pesquisa e a coleta de dados e isso auxilia bastante se
considerarmos que essas ferramentas podem ser compreendidas como espaços
públicos, onde a informação pública leva ao debate e a posicionamentos dos
atores", afirma Raquel.
Recuero afirma que muitos fatores têm sido estudados na rede, como o
papel da ferramenta para auxiliar a difusão de informaçòes em desastres
naturais, situações de emergência, ações políticas, protestos, mobilizações e
até mesmo comportamentos de consumo. "Um dos principais movimentos que
vejo em cima disso (e de outras ferramentas) é a popularização de uma área
denominada 'ciência de dados' ou data science", relata.
Nostalgia
Um
fator recorrente no Twitter é a relação afetiva que muitos dos usuários têm com
a rede social. Na noite de domingo (20/3), quando foi lançada a hashtag
#LoveTwitter em homenagem ao aniversário de 10 anos, muitos aproveitaram para
relembrar momentos que tiveram no site. O perfil que homenageia a atriz Nair
Bello, morta há nove anos, estimulou seus seguidores:
Durante os últimos
10 anos, muitas mudanças ocorreram na rede: a republicação de mensagens,
chamada de retuíte (retweet), era feita de forma manual e hoje tem um botão
específico. Para publicar fotos, era necessário ter outro aplicativo, o Twittpic,
e na época em que nem todos os telefones celulares tinham acesso à internet,
era possível postar tuítes por meio de SMS - serviço que era oferecido por
algumas operadoras. Hoje, a ferramenta tem todos os serviços incorporados,
incluindo inclusive a possibilidade de publicação de gifs e vídeos.
Há algumas
especulações sobre o futuro, que envolvem até mesmo o fim da sua marca, as
mensagens de 140 caracteres, com a ampliação do limite de letras a cada tuíte.
No entanto, segundo Raquel Recuero, com a criatividade que os usuários do
Twitter já demonstraram ter, ainda não é possível avaliar se isso tiraria a
identidade da rede. "Acho que vai ser preciso examinar isso diante da
apropriação das pessoas. Tenho dúvidas sobre o impacto que isso terá na ferramenta",
diz.
Criado em 21/03/16
19h10 e atualizado em 21/03/16 21h28
Por Ana Elisa Santana Fonte:Portal EBC
TAGS: TWITTER, REDES SOCIAIS, MÍDIAS SOCIAIS, SOCIAL MEDIA, FACEBOOK, INSTAGRAM
CREATIVE COMMONS - CC BY 3.0
(EBC)
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