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sexta-feira, 13 de maio de 2016

'Sem o empréstimo essa cidade vai falir', diz Alair Corrêa no RJ Inter TV.


Prefeito de Cabo Frio quer pegar R$ 200 milhões com o Banco do Brasil. Empréstimo seria pago com recursos futuros dos royalties do petróleo.



O prefeito de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, Alair Corrêa, participou nesta quinta-feira (12) do RJ InterTV 1ª edição. Na entrevista ele falou sobre o pedido de empréstimo que pretende fazer no valor de R$ 200 milhões, a título de a antecipação dos royalties do petróleo.
"Eu estou refém do empréstimo. E tem mais. Sem o empréstimo essa cidade vai falir, porque nós estamos arrecadando menos que a folha e não podemos desempregar ninguém", alegou. Veja a entrevista na íntegra.
Ana Paula Mendes: Vamos esclarecer um pouco mais esse pedido de empréstimo, essa votação, essa pauta que está na Câmara dos Vereadores, que era para ter sido votada terça-feira, agora entregou para a Comissão de Constituição e Justiça e tem essa polêmica toda na cidade...
Alair Corrêa: Nós temos uma certidão da ANP (Agência Nacional de Petróleo) que nos permite pegar R$ 296 milhões. Nós perdemos quase R$ 600 milhões nesse tempo de queda no petróleo, mas nós estamos buscando apenas R$ 200 milhões, porque com R$ 200 milhões nós resolveremos nossos problemas e traremos tranquilidade para a cidade e para a população de Cabo Frio. Nós já temos essa aprovação pela Câmara mas surgiu agora o Banco do Brasil querendo emprestar só que com normas diferentes. Então eu tive que mandar um outro projeto à Câmara especificamente para se nós quisermos pegar esse do Banco do Brasil.
Prefeito Alair Corrêa em entrevista ao RJ Inter TV (Foto: Reprodução/InterTV)
Prefeito Alair Corrêa em entrevista ao RJ Inter TV
(Foto: Reprodução/InterTV)
Exemplo: se for da Caixa Econômica, as normas já são outras. Já é da antiga votação da Câmara. Então o impasse está criado temporariamente porque são normas estabelecidaas apenas para empréstimos com o Banco do Brasil e não com banco privado e nem público como a Caixa Econômica Federal.
Transcorrendo do jeito que o senhor espera, o que o senhor pretende fazer com esse dinheiro? Qual é a prioridade?
A primeira coisa que eu faria com esses recursos é colocar o salário do servidor em dia. Eu vou criar um fundo permanente do valor da folha, que é R$ 30 milhões e com esse fundo permanente eu garanto todos os meses, no dia certo, o pagamento dos nossos funcionários. E vamos devolver a eles tudo aquilo que nós tiramos nesse momento de crise: insalubridade, difícil acesso, adicional noturno, tudo isso seria devolvido. A prioridade primeira é que nós façamos o atendimento ao funcionário.
Em seguida, nós vamos pegar as nossas dívidas pequenas, as menores, de aluguéis que a gente não paga, energia elétrica, posto de gasolina e colocar em dia.
O senhor resolveria o momento da situação, mas a Prefeitura já tem uma dívida a ser paga, mais esses R$ 200 milhões. O senhor acredita que, resolvendo esse momento, como fica a situação para as administações futuras? O senhor acredita que, futuramente, as administrações vão conseguir bancar essas dívidas desse momento?
Primeiro, esse empréstimo que nós pegamos em 2013, que foi para complementar a folha de pessoal, que subiu R$ 14 milhões ao mês, então nós pegamos condicionando as nossas parcelas trimestrais e fizemos um contrato bastante interessante para o município, que é de fechamento desse empréstimo em novembro de 2016. Então esse empréstimo, se nós amanhã não formos para a reeleição e outro ganhar a eleição, ele não terá qualquer problema com esse empréstimo anterior. Ele estará pago, estará resolvido em novembro de 2016. Tem que tirar esse caso desta discussão.
Pensando como uma empresa privada, o senhor não acha estranho pegar um empréstimo para fazer o pagamento de uma folha de pagamento? Essa folha não estaria exorbitante, não estaria alta demais?
Nós já substituimos essa folha em R$ 5 milhões. É que se nós subtrairmos mais ainda, nós teremos que fechar hospitais, pegar as escolas de Ensino Médio e entregar para o estado, diminuir a varreção, dimuir a coleta do lixo, o que será um transtorno para uma cidade que vive de turismo.
E como sobrevivem cidades que não recebem royalties?
Mas elas estavam adaptadas para um sistema sem o royalties.
Não faltou, talvez, adaptação nesse momento?
O problema é o seguinte: as cidades que passaram a receber royalties passaram a ser cidades ricas.
Passaram a ser cidades ricas, então elas esbanjaram nesse momento?
Não esbanjaram, criaram serviços para a população. Vou dar um exemplo: Arraial do Cabo tem um hospital pequeno, São Pedro não tem hospital, Iguaba não tem hospital, Búzios tem um hospital, Cabo Frio tem sete hospitais. Por que tem sete hospitais? Porque nós tínhamos uma cidade rica e fomos abrindo esse serviço para a população. Ninguém esperava que um dia isso fosse acabar.
Então o senhor está me dizendo que antes Cabo Frio era o paraíso? 
Era o paraíso. E está deixando de ser o paraíso por enquanto porque tivemos uma queda do petróleo, o barril de R$ 120 caiu para R$ 27 e agora R$ 40 'e pouco'. Agora, isso é uma questão de administração. Se nós tivermos que fazer uma análise em relação a esses investimentos e a esses empréstimos a longo prazo. Se isso não é bom, o BNDES teria que fechar. Porque todos os empréstimos que o BNDES faz para a Prefeitura, para a iniciativa privada é sempre longo. Agora cabe ao admistrador, ao empresário pegar esses recursos e saber aplicar com decência e com inteligência.
O senhor colocou que Cabo Frio era uma cidade rica, que vivia bem. E como o senhor vê agora que vocês trabalharam esse dinheiro sabendo que os royalties, o petróleo, não ia durar para sempre?
Isso é um equívoco também. O que não dura pra sempre é um poço. Você descobre o petróleo em um lugar e abre aquele poço e ele dura 25, 30 anos. Mas aquela bacia está frequentemente sendo abertos novos poços de petróleo. No meu primeiro governo, o Porto de Anchovas era o maior produtor de petróleo de Cabo Frio, hoje não produz mais nada e no entanto nós tivemos uma super produção de petróleo. Então o que acabe é o poço mas não o poço geral. A Bacia de Campos tem esse problema porque o Governo Federal não está investindo em novas aberturas e distribuição de áreas ao longo da Bacia de Campos. 
Então, repetindo, com esses recursos nós vamos reformar os nossos prédios históricos, nós vamos levar benefícios para a população na área periférica, nós vamos resolver o problema do nosso funcionário. E o que é mais importante e que as pessoas que estão combatendo não estão entendendo: Nós estamos em uma cidade que o comércio nosso está parando mas nós teremos R$ 200 milhões para ser investido no comércio ao longo de oito meses. Porque esses R$ 200 milhões serão gastos em Cabo Frio. O comércio vai vender mais, as pessoas vão comer melhor, as empresas vão vender imóveis, porque serão R$ 200 milhões. Então tem que partir pra esse detalhe.
Agora, em relação ao futuro, nós criamos um geoprocessamento que nós estamos alavancando o imposto interno. E é com esse imposto interno que nós vamos pagar as prestações futuras desse empréstimo.
Então o senhor está refém do empréstimo? 
Eu estou refém do empréstimo. E tem mais. Sem o empréstimo essa cidade vai falir, porque nós estamos arrecadando menos que a folha e não podemos desempregar ninguém.
Do G1 Região dos Lagos com informações da Inter TV








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